chapter twelve

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ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ𝐎 𝐂𝐄𝐔 de Hollow Creek estava cinzento naquela manhã

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ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ𝐎 𝐂𝐄𝐔 de Hollow Creek estava cinzento naquela manhã. Nuvens espessas cobriam o sol, e uma garoa fina caía, molhando o solo do cemitério. Parecia que o próprio tempo havia se alinhado ao luto da cidade. O funeral de Rachel e Ryan reunia uma multidão silenciosa.

Famílias, amigos e curiosos se amontoavam ao redor dos dois caixões, vestidos de preto, carregando expressões de tristeza e medo. Uma sequência de assassinatos macabros havia abalado a pequena cidade, e a atmosfera era densa e pesada.

Maddy sentia o frio cortar sua pele. Vestida em um casaco preto longo e com um vestido simples de mesma cor, ela tremia, mas não sabia dizer se era por causa do vento ou do terror que se espalhara por Hollow Creek.

O cheiro forte das flores de velório — lírios, crisântemos e rosas brancas — enchia o ar com uma doçura quase sufocante, como se tentassem mascarar o cheiro da morte que pairava sobre o local.

Ao seu lado, o xerife Collins permanecia firme, mas quem o conhecia bem podia perceber o cansaço e a dor escondidos em seus olhos.

Desde os assassinatos, ele tinha trabalhado incansavelmente, e a culpa de não conseguir evitar aquelas tragédias parecia pesar sobre seus ombros. Os olhos dele estavam fixos nos dois caixões alinhados no centro do cemitério, onde flores eram colocadas em homenagem aos jovens perdidos de forma tão cruel.

A mãe de Rachel, a Sra. Davenport, estava de joelhos, soluçando. Seu rosto estava escondido pelas mãos trêmulas, enquanto o pai de Ryan permanecia em pé, segurando o caixão do filho, os olhos inchados de lágrimas. Ambos os pais estavam envoltos em uma dor que parecia não ter fim.

A cena cortava o coração de quem estava presente, incluindo Maddy, que não conseguia segurar as lágrimas. Ela enxugou o rosto rapidamente, sentindo a mão quente de Nicholas segurar a sua. Ele se mantinha próximo, oferecendo apoio silencioso, o olhar preocupado fixo nela.

Enquanto isso, as conversas baixas e os murmúrios se espalhavam entre os presentes. A tensão estava no ar, e o medo se misturava ao luto. Muitos se perguntavam quem seria a próxima vítima, enquanto outros trocavam olhares desconfiados.

Em meio a essa atmosfera carregada, o prefeito da cidade, Sr. Edwards, subiu em um pequeno palanque improvisado. Ele estava vestido com um terno escuro, o rosto pálido e grave. A multidão se silenciou, e todos os olhares se voltaram para ele.

O prefeito limpou a garganta, a voz trêmula ao iniciar o discurso.

──── Amigos, familiares, cidadãos de Hollow Creek... ──── começou ele, a voz quebrada pela emoção. ──── Estamos aqui hoje reunidos para prestar nossas últimas homenagens a dois jovens que tiveram suas vidas interrompidas de maneira cruel e incompreensível. Rachel Davenport e Ryan Parker eram parte da nossa comunidade. Eles eram amigos, filhos, colegas... e suas mortes nos deixaram uma dor profunda, uma ferida que levará muito tempo para cicatrizar.

Ele fez uma pausa, inspirando fundo, como se estivesse tentando encontrar forças para continuar.

──── Eu sei que muitos de vocês estão assustados. Que o medo tem se espalhado pelas nossas ruas, pelas nossas casas. Mas quero garantir a vocês que estamos fazendo tudo ao nosso alcance para trazer justiça a essas famílias. Estamos trabalhando incansavelmente ao lado das autoridades para encontrar o responsável por esses crimes hediondos. Não vamos descansar até que o culpado seja preso e nossa cidade esteja segura novamente.

O prefeito fez um sinal para o xerife Collins, que estava ao lado de Maddy, chamando-o para falar. O xerife, com uma expressão séria e solene, subiu ao palanque. Os olhares dos presentes se voltaram para ele, e o silêncio que se seguiu foi quase palpável.

──── Sei que muitos de vocês estão com medo, ──── começou o xerife, sua voz firme, mas carregada de emoção. ──── Sei que estão questionando como algo assim pôde acontecer aqui, em nossa pequena cidade. Eu também me faço essa pergunta todas as noites. ──── Ele parou por um momento, encarando a multidão, seus olhos passando por cada rosto, como se tentasse garantir a todos que estava fazendo o melhor que podia. ──── Rachel e Ryan não mereciam isso. Nenhum jovem merece. Como xerife desta cidade, quero que saibam que estamos investigando esses crimes com todos os recursos disponíveis.

Ele olhou para os pais das vítimas, e a dor em seu olhar era evidente.

──── Prometo a vocês, e a cada um aqui presente, que não vou descansar até encontrar quem fez isso. Não vou permitir que mais uma família sofra o que vocês estão sofrendo agora. E peço a todos que tenham esperança e nos ajudem. Qualquer informação, por menor que seja, pode ser a peça que falta para resolvermos este quebra-cabeça. ──── Ele baixou a cabeça por um instante, depois ergueu o olhar novamente. ──── Sei que nada pode trazer Rachel e Ryan de volta, mas juntos podemos evitar que mais vidas sejam perdidas. Obrigado.

O xerife desceu do palanque, e um murmúrio baixo percorreu a multidão. Maddy observou o pai com uma mistura de orgulho e tristeza. Ele sempre fora um homem forte, mas agora, com tudo o que estava acontecendo, ela podia ver o quanto ele estava sofrendo.

Enquanto o discurso do prefeito e do xerife ainda ecoava na mente dos presentes, a cerimônia continuou. O pastor local, vestido com sua batina preta, iniciou uma oração, pedindo consolo para as famílias e justiça para as almas que haviam partido. As palavras do pastor eram suaves, mas carregadas de um peso espiritual que fazia o ar parecer mais denso.

O cheiro das flores misturado com o perfume da grama molhada era quase sufocante. Maddy sentiu uma lágrima escorrer, mas não tentou enxugá-la. A dor que sentia parecia ecoar a de todos ao seu redor, e ela se deixou levar por aquele momento, compartilhando o luto da comunidade.

Quando chegou a hora de colocar as flores sobre os caixões, Maddy pegou uma rosa branca de um buquê próximo e se aproximou do caixão de Rachel. Ela não pôde evitar lembrar das vezes em que cruzara com a garota nos corredores do colégio, dos risos que ouvia de longe, das conversas triviais. Apesar das brigas e diferenças que tinham, especialmente em torno de Ryan, ver Rachel ali, inerte, parecia tão surreal que seu coração apertava.

Nicholas se aproximou dela, segurando uma tulipa branca. Ele ficou ao lado dela em silêncio, observando enquanto ela colocava a flor sobre o caixão. Sem dizer uma palavra, ele fez o mesmo. Seus olhares se encontraram por um breve momento, e ele deu um leve sorriso, um gesto de apoio mudo. O vento soprou suavemente, balançando as flores, como se a natureza estivesse prestando sua última homenagem aos jovens que partiram.

O funeral chegou ao fim com a terra sendo lançada sobre os caixões. O som era baixo, mas cada punhado de terra caindo parecia um martelar final, um fechamento doloroso para aqueles que tinham sido deixados para trás.

Enquanto as pessoas começavam a se dispersar, Maddy ficou parada, observando o local. O xerife Collins a esperava a uma pequena distância, mas não apressou a filha. Ele sabia que ela precisava desse momento, assim como ele precisava dos seus próprios para aceitar o que estava acontecendo.

Os caixões agora estavam cobertos, marcados por uma cruz de madeira. Maddy deu um último olhar, respirou fundo e se dirigiu até o pai. Juntos, eles deixaram o cemitério, caminhando lado a lado, cada um lidando com seu próprio luto e medo, mas ambos decididos a não deixar que o terror tomasse conta de suas vidas.

scream, nicholas chavezOnde histórias criam vida. Descubra agora