capítulo 10

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Na manhã seguinte, o dia amanheceu em chuva, e o som das gotas batendo nas janelas criava uma atmosfera tranquila, mas melancólica

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Na manhã seguinte, o dia amanheceu em chuva, e o som das gotas batendo nas janelas criava uma atmosfera tranquila, mas melancólica. Taiga não tinha aula na faculdade por causa do mau tempo, então decidiu ir direto para a casa de Kazutora. Ao chegar, ela entrou em silêncio, tentando não fazer barulho para não acordá-lo.

Kazutora ainda estava dormindo, e ela aproveitou a oportunidade para arrumar a cozinha. Com movimentos automáticos, começou a limpar a mesa, lavar algumas louças e preparar o café. O aroma do café fresco começou a se espalhar pelo ambiente, mas, apesar do cheiro reconfortante, Taiga se sentia distante.

Ela estava vestindo uma blusa longa para cobrir o ferimento que ainda doía, um lembrete constante da noite anterior. A lembrança da briga com seu pai a assombrava, e, por isso, decidiu ignorar Kazutora durante todo o dia. Mesmo quando ele acordou e entrou na cozinha, ela evitou olhar para ele, focando em suas tarefas.

Kazutora a observou, notando a tensão no ar. Ele tentou puxar conversa, mas Taiga respondia com respostas curtas e evasivas. O silêncio entre eles era pesado, e ele sentia que algo estava errado, mas não sabia como abordar a situação.

— O café está quase pronto — ela disse, sem olhar para ele, a voz baixa.

Kazutora se aproximou, tentando quebrar a barreira que ela havia criado.

— Você parece distante. Está tudo bem? — ele perguntou, preocupado.

Taiga hesitou, sentindo um nó no estômago. A última coisa que queria era abrir seu coração e expor suas fraquezas.

— Estou só cansada — ela respondeu, ainda evitando o olhar dele.

Ele percebeu que havia algo mais profundo por trás da resposta dela, mas decidiu dar espaço. Kazutora pegou uma xícara de café e se sentou à mesa, observando-a enquanto ela continuava a arrumar a cozinha.

A chuva caía lá fora, e o clima sombrio refletia a confusão que Taiga sentia dentro de si. Ela queria se abrir, mas o medo e a insegurança a impediam. O que ela precisava era de um tempo para processar tudo, e, enquanto isso, preferia se manter em silêncio.

Kazutora, percebendo a luta interna dela, decidiu que não forçaria a conversa. Ele respeitaria seu espaço, mas não desistiria de tentar entender o que estava acontecendo.  Ele se levantou, e gentilmente segurou o antebraço dela, mas nesse instante ela se encolheu e gemeu de dor.

—….Mmh.

Kazutora no mesmo instante puxou a manga da blusa dela, havia uma vermelhidão inchada, ficando levemente arroxeada, fora isso havia marcas de dedos no pescoço dela, que ela tentou disfarçar com maquiagem.

Seus olhos escuros se arregalaram de preocupação ao ver o ferimento. Kazutora segurou o braço dela com mais cuidado, examinando a ferida. A pele estava vermelha e inchada, e as marcas de dedos em seu pescoço eram inconfundíveis.

Ele sentiu uma fúria crescer dentro de si, enquanto imaginava o que tinha acontecido com ela. Mas Kazutora se forçou a manter a calma.

— Quem fez isso com você? — ele perguntou, tentando controlar a raiva na voz.

— Ninguém! — ela respondeu — Eu estudo Psiquiatria, e uma das aulas é lidar com pacientes fora de controle só isso.

Ele soltou seu braço com cuidado e a encarou diretamente nos olhos. — Me diga a verdade, Felina. Por que está mentindo para mim? — sua voz era tensa, carregada de decepção.

— Nada! Ninguém fez nada — ela retrucou o olhando.

Kazutora soltou um suspiro frustrado. Ele podia ver a teimosia nos olhos dela, a recusa em abrir-se. Mas ele não iria desistir tão facilmente.

Ele deu um passo mais próximo dela, ficando a centímetros de distância. Ainda com as mãos na cintura dela, ele a puxou para perto, não permitindo que ela escapasse.

— Mentirosa — Ele murmurou, o olhar intensificando-se. — Eu não nasci ontem. Alguém machucou você e eu quero saber quem foi.

— Ninguém.. — insistiu ela, com os olhos lacrimejando

Kazutora sentiu seu coração comprimir ao ver as lágrimas em seus olhos. Ele sabia que ela estava lutando para manter as aparências, mas não podia deixar passar.

Ele a puxou mais para perto, envolvendo-a em seu abraço forte. A proximidade dela fazia seu corpo reagir, mas ele se esforçou para se concentrar no momento.

— Me deixe cuidar de você — ele sussurrou, a voz um pouco rouca. — Se não quer me contar a verdade, pelo menos me deixe cuidar de seus machucados.

Taiga afundou o rosto no peito dele, passando seus braços ao redor e se agarrando nele com toda sua força, apenas para ficar em silêncio.

Kazutora podia sentir a vulnerabilidade dela enquanto Taiga se entregava ao abraço. A maneira como ela enterrou o rosto em seu peito e se agarrou a ele com força, sem dizer uma palavra, mostrava claramente quanto precisava de conforto e apoio.

Ele deslizou as mãos pelas suas costas, acariciando-a gentilmente, enquanto murmurava palavras de conforto.

— Shh, está tudo bem. Eu estou aqui. — Disse ele, a voz suave e carinhosa.

Tiger's Love - Kazutora Hanemiya Onde histórias criam vida. Descubra agora