capítulo 2

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No dia 10 de novembro de 2024, o Japão acordou sob um céu cinzento, com nuvens carregadas que pareciam refletir a tensão e o medo no ar

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No dia 10 de novembro de 2024, o Japão acordou sob um céu cinzento, com nuvens carregadas que pareciam refletir a tensão e o medo no ar. A chuva torrencial que caía sobre Shibuya parecia quase um prenúncio do que estava por vir. Kazutora Hanemiya, conhecido como o "Tigre Negro," finalmente havia cumprido sua sentença e sido solto após dezoito anos de encarceramento em uma prisão de alta segurança em Osaka.

Ao sair do presídio, Kazutora, agora com 34 anos, não era mais o menino que uma vez fez parte da gangue Valhalla. Ele havia se transformado em um homem endurecido, marcado não apenas pelas cicatrizes de sua juventude, mas também pela experiência de uma vida passada atrás das grades. A tatuagem de tigre em seu pescoço, agora um emblema de sua notoriedade, era um sinal de advertência para todos que tinham conhecimento de quem ele realmente era.

A cidade de Shibuya, um dos centros mais vibrantes e movimentados do Japão, estava em estado de alerta. Não havia um único jornal ou canal de televisão que não estivesse noticiando a saída de Kazutora. As manchetes eram alarmantes, evocando memórias de seus crimes e questionando as repercussões que sua libertação poderia trazer para a segurança pública. A sociedade estava inundada de especulações, medos e histórias antigas que ressurgiam, fazendo com que muitos se perguntassem se o Tigre Negro se tornaria uma lenda urbana novamente, ou se finalmente havia encontrado um caminho diferente.

Enquanto a chuva caía, Kazutora caminhou pelas ruas que um dia conheceu tão bem. Ele lembrou-se das noites de velocidade e liberdade, da adrenalina de andar de moto com seus companheiros e da sensação de poder que isso lhe proporcionava. Mas também lembrava-se da traição, da dor e das escolhas que o levaram ao fundo da prisão. A cidade à sua volta parecia mais viva do que nunca, uma mistura de neon e nostalgia, lembrando-lhe de um passado que nunca poderia escapar.

As pessoas olhavam com curiosidade e temor. Alguns o reconheceram imediatamente e moviam-se para longe, enquanto outros sussurravam entre si, discutindo a inevitável sombra que ele trazia consigo. Para muitos, ele era um símbolo de violência e desespero, uma lembrança do submundo que ainda existia sob a superfície da vida cotidiana.

Kazutora sabia que não seria fácil reintegrar-se à sociedade. A fama que o precedia pesava como um fardo, e a cidade que um dia chamara de lar agora parecia hostil. No entanto, ele estava determinado a enfrentar os desafios que viriam. Ele queria mais do que apenas sobreviver; ele queria encontrar um sentido em sua nova vida, longe da gangue e das sombras de seu passado.

Enquanto caminhava em meio à chuva, as gotas se misturavam com as lágrimas que ele não chorou, representando não apenas seu sofrimento, mas também a esperança de que, embora tivesse saído da jaula, não fosse condenado a ser um tigre para sempre. O futuro era um território desconhecido, e ao invés de temer o que estava por vir, Kazutora decidiu que, ao invés de viver como um animal selvagem, ele lutaria para encontrar sua própria identidade em um mundo que o havia esquecido.

Shibuya estava prestes a testemunhar se o Tigre Negro renasceria como uma lenda de destruição, ou se, finalmente, encontraria a redenção em uma nova vida sob o céu chuvoso.

Assim que se preparava para virar uma esquina, seu corpo se chocou com uma pequena estatura feminina, que caiu para trás em direção a uma poça de água, ralando as mãos e molhando suas roupas. Os cabelos castanhos dourados estavam molhados, grudando em seu rosto delicado, seus olhos de um verde d'água eram extremamente belos e únicos.

— Ei, o que pensa que está fazendo — ela disse irritada — como pode esbarrar e derrubar uma dama, e não medir esforços pra ajudar ela? Não se fazem mais homens como antigamente. — Mas ela se silenciou, como se tivesse visto um fantasma.

Assim que viu a tatuagem do tigre no pescoço, ela engoliu em seco, com uma expressão que mudou de confiança para medo.

— Ah acho que as coisas mudaram mais do que eu imaginava — Ele, observa ela no chão com uma expressão séria — Na minha época ninguém sequer iria pensar em falar assim comigo — A expressão então se torna um sorriso felino — Gostei de você.

Ela se  levanto, ignorando os ralados em suas  mãos, e mordeu os lábios.

— S-sinto muito, a culpa foi minha mesmo. Com licença — deu um sorriso nervoso, e se afasto alguns passos pro lado em direção a rua, nem que seja pra atravessar entre os carros que passavam.

— Ei! — Segurou em seu braço — Primeiro, não morra — Puxou ela pra mais perto pra que saia da rua — Segundo, qual seu nome?

Perguntou mais próximo dela.

— Taiga...— o respondeu  com a voz tremida por conta do medo — Taiga Onodera, me desculpe mais uma vez eu tô num péssimo dia..poderia me soltar por favor?

Soltou seu braço e deu um pequeno riso.

— Taiga Onodera... Claro que posso te soltar agora... Mas não garanto que o farei em um futuro próximo — Seu sorriso se abre mais e eu lhe deu um aceno enquanto virou e foi embora.

— Ele…— ela sussurrou para si mesma, levando a mão até o braço onde ele havia segurado — Tem cheiro de masculinidade.

Tiger's Love - Kazutora Hanemiya Onde histórias criam vida. Descubra agora