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                                                                                         Matteo

Que porra eu fiz? Porque eu falei pra ela sair do nosso quarto? Aquela casa era dela também, é óbvio que ela não ficaria lá em baixo.

Vê-la reagindo ao meu toque, sentindo a forma que seu corpo se encaixava ao meu. Tanta coisa veio a tona, tantos sentimentos, tanta.. saudade.

Eu não poderia deixar ela entrar novamente no coração que eu nem tinha mais, mas porra, ela mexe com a minha cabeça de uma forma surreal.

Fui tomar um banho tentando afastar qualquer pensamento sobre ela. Ela dominava tudo de mim. Que caralho.

Fiquei pensativo sobre tudo, e acabei passando a noite em claro.

Aproveitei e pedi que Marco trouxesse algumas roupas para quando ela acordasse amanhã, pedi que ele deixasse em cima da bancada da cozinha, ela veria amanhã. 

Fui para a sacada do quarto, pegando um pouco da brisa da madrugada, e quanto mais eu tentava afastar aquela diabinha da minha mente, mais ela aparecia.

                                                                                          Sofia  

Acordei no dia seguinte com as costas e o corpo doendo, dei um sorriso lembrando de nosso sexo na noite passada, mas ele se desfez quando lembrei da forma que ele me tratou. Uma puta teria um tratamento melhor do que aquele.

Sai do meu quarto ainda usando sua blusa, e vi uma sacola de uma marca de roupa em cima do balcão. Vi que eram rupas femininas, e havia um papel escrito, "Vista e me encontre na sala assim que se arrumar". Idiota. 

Peguei as roupas e fui até o quarto, entrei no pequeno banheiro que havia no local e tomei um banho, tentando tirar toda a vergonha que eu sentia pela noite passada. Lavei meus cabelos e coloquei uma das roupas que vieram. Um calça jeans preta com uma blusinha branca e um sutiã branco, com uma calcinha no mesmo tom, a roupa ficou incrivelmente boa em mim, e eu me olhei no espelho. Mesmo sem nenhuma maquiagem eu estava bonita, e me sentia forte. Na verdade, eu precisaria ser forte, não era uma escolha. 

Sai do quarto e fui em direção a sala. Matteo falava ao telefone, mas assim que me viu, informou que desligaria. Se despedindo de seu irmão aparentemente, visto que falou Lorenzo durante a chamada.

Seu olhar encontrou o meu e eu mantive meus olhos nos dele.

- Vamos até a casa de seu pai - ele disse quebrando o silêncio - É único pedido que aceitarei, depois disso, você não voltará lá por agora - ele disse simples, eu sabia que seria dessa forma. Quando casamos na máfia, a nossa família antiga precisa ser deixada pra trás. Eu sabia que meu pai não tinha mais tanto tempo de vida, então eu precisaria me acostumar que não o teria sempre, igual antes. 

Apenas assenti com a cabeça, vi que ele se aproximou de mim e segurou em minha mão para sairmos da casa. Uma descarga elétrica percorreu meu corpo, mas eu balancei a cabeça tentando afastar aquilo.

O caminho até a casa do meu pai foi tranquilo, e em menos de 40 minutos chegamos até o local. Os portões foram abertos e entramos ainda de mãos dadas. A porta da casa foi aberta por Mariana, a senhora que cuidava da casa pra gente.

- Oi minha menina - ela disse e me abraçou, logo eu correspondi ao abraço. Como eu precisava disso.

Vi que meu pai chegou a sala e eu fui correndo em sua direção.

- Papa - eu disse enquanto o abraçava, seu aperto estava fraco e sua feição estava cansada. Eu sabia que estava no fim.

- Obrigada por virem - ele disse mudando seu olhar de mim para Matteo - Vamos nos sentar.

Ele disse e eu me sentei ao seu lado, enquanto Matteo sentava em outro sofá.

- Minha filha, você é forte, e eu estou muito orgulhoso de você - ele começou falando - Nunca pense que você seria uma vergonha pra mim - disse como se lesse meus pensamentos - Precisamos conversar sobre sua mãe. -  disse mudando o rumo do assunto.

Nas Mãos do Capo - (Irmãos Ricci)Onde histórias criam vida. Descubra agora