Sofia
Acordei no dia seguinte e antes de me levantar da cama veio o flash de ontem. O casamento. Matteo falando que esse quarto agora era nosso. Eu queria muito entender o que ele quer de mim. Na verdade eu sei que ele queria foder com a minha cabeça, e eu odiava admitir que ele estava conseguindo.
Eu nunca havia deixado de amá-lo, e eu nunca deixaria de vê-lo, bem no fundo, como o Matteo que eu me apaixonei a anos atrás. E eu não tenho dúvidas de que ele usaria isso a seu favor.Me levantei da cama e fui em direção ao banheiro, vi que já havia uma escova de dente pra mim e fiz minha higiene matinal. Me olhei no espelho me vendo ainda com a blusa dele e dei um sorriso.
Fui em direção ao closet vestindo apenas um short jeans por baixo, nem sinal de Matteo. Obrigada Deus.Sai do quarto descendo as escadas, queria muito saber a hora, eu precisava pegar meu celular o mais rápido possível. Nem sei se Matteo trouxe da casa de meu pai.
Meu estômago roncou e fui em direção a cozinha. Vi Matteo sentado a mesa enquanto mexia em seu celular e tomava um gole de café, ele estava sem blusa, e parecia que tinha acabado de sair de um filme.
Vi que a mesa estava completa de coisas gostosas e eu precisava muito daquilo. Nem lembro qual foi a última vez que comi algo, só tinha bebido ontem na festa.
- Bom dia - ele disse com a sua voz rouca. Porra - Sente-se - disse enquanto apontava para a cadeira ao seu lado.
- Bom dia - eu disse indo me sentar, eu precisava comer.
Rapidamente comecei a me servir, fazendo um pão com queijo, e colocando um pouco de suco de manga em meu copo.
- Precisamos conversar - ele disse e pude ver algo em seu olhar. Parecia... pena - Seu pai... - ele fez uma pausa.
Ah não. Não. Não. Não.
- Não - eu disse já sabendo o que era - Isso não aconteceu - disse enquanto me levantava, tentando manter a calma.
Matteo se levantou vindo em minha direção. E seu braços me envolveram enquanto eu me debatia pra sair de seu agarre. Agora eu estaria sozinha.
- Recebi a ligação agora de manhã - ele disse enquanto me segurava, me sustentando pra eu não cair, eu não tinha mais forças - Ele foi forte demais Sofia, não podemos negar isso, mas ele já estava muito cansado, seu corpo precisava de descanso - ele dizia, agora fazendo carinho em meu cabelo, ainda mantendo seu agarre firme.
Meu pai. Meu porto seguro. A única pessoa que eu tinha na minha vida.
- Eu precisava tanto dele ainda - eu disse enquanto as lágrimas rolavam - Ele era a única pessoa que eu tinha, ele me amava incondicionalmente, não é possível - eu disse sentindo a raiva me consumir. Raiva do mundo, raiva do meu pai por ter me deixado.
- Ele não era o único - Matteo disse levantando meu rosto pra olhá-lo - Eu vou cuidar de você. Você nunca vai ficar sozinha Sofia - ele disse enquanto limpava minhas lágrimas.
- Até você ter seu próximo surto e terminar de foder com a minha cabeça não é? - eu perguntei fazendo um movimento brusco e me soltando dele - Até você perceber que a minha vida não pertence a mim, e sim a você. Porque é assim que você me vê, uma posse - eu cuspi as palavras, que já estavam guardadas a muito tempo.
- Sofia - Vi seus olhos vacilarem, é claro que era assim que ele me via.
- Alguma vez você já me amou, porra? - perguntei olhando em seus olhos.
Ele ficou em silêncio. Eu já sabia a resposta.
- Eu era uma menina de 18 anos, que você achava que não conhecia nada da vida - eu mesma respondi - Realmente, eu não conhecia, então era mais fácil de manipular não era? - eu disse com mágoa - E agora você vem dizer que eu não estou sozinha? Eu só tenho a mim mesma, porque pra você eu sou uma posse, um corpo que você pode ter quando deseja, simplesmente por que você pode - eu disse enquanto olhava pra ele, que mantinha seus olhos fixos em mim - Simplesmente porque você sabe que eu não deixei de ter amar nem por um minuto, mesmo sem você merecer a porra desse amor que eu sempre senti - eu disse por fim, vi que ele lutava uma guerra interna, mas eu já sabia qual lado venceria.
- Você está certa - ele disse enquanto olhava em meus olhos - Você é uma posse, e quem venceu essa porra de jogo fui eu. E não importa o que você sente, você está aqui pra fazer o que eu mando e me satisfazer, você está entendendo? - Suas palavras foram como facas cortando meu corpo. Porque eu achei que seria diferente? - Vá trocar de roupa, porque eu ainda vou permitir que você vá enterrar seu pai, depois desse show, nem isso você merecia - Ele disse por fim e eu apenas me virei pra sair de lá, mas ele segurou em meu braço e me forçou a olhar pra ele.
- Agora você entende diabinha, estou aqui pra te machucar - ele disse por fim e eu sai o mais rápido possível em direção ao quarto.
Ele era uma monstro, e eu me amaldiçoei por sentir o que sinto por ele.
Matteo
Que porra que eu fiz?
Porque essa mulher desperta meu pior lado e também o melhor?
O arrependimento me atingiu em cheio assim que ela saiu da cozinha. Eu não deveria ter falado toda aquela merda, ela acabou de perder o pai. Mas caralho, porque ela acha que pode me analisar dessa forma? Porque ela acha que pode falar com tanta propriedade sobre a forma que EU a vejo, sobre a forma que EU me sinto. Ela não sabe de porra nenhuma.Eu havia abaixado a guarda com ela, e ela achou que tinha o direito de falar comigo daquela forma.
É claro que eu amei ela, é claro que eu ainda a amav... Balancei minha cabeça evitando aquele tipo de pensamento.Ajeitei minha postura e fui em direção ao quarto, eu não pediria desculpas, ela não deveria ter me testado daquela forma.
Entrei no quarto e a vi já pronta, seu cabelo estava preso num rabo de cavalo, e ela usava uma calça jeans preta com uma blusa de manga longa da mesma cor.
Ela não olhou em meus olhos e apenas se sentou na cama enquanto olhava pras suas unhas.
Fui até o closet trocando de roupa e coloquei um terno também preto, enquanto pegava meus óculos escuros.
Saindo do closet vi que ela ainda estava sentada na mesma posição, seus olhos pareciam perdidos, e eu lutei muito contra a vontade de abraçá-la.
- Vamos - eu disse firme e vi que ela se levantou da cama vindo em minha direção, seu olhos estavam voltados pro chão e aquilo me incomodou. Eu gostava quando ela olhava em meus olhos, eu gostava da sua atenção.
Estiquei a mão para ela, e mesmo relutante ela segurou, descemos juntos em direção ao carro, indo para o funeral de Francesco.
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ai genteee, que dó
o pai de Sofia faleceu, isso iria acontecer mesmo, ele estava muito doente, desculpemm
espero que estejam gostando da história
votem e comentemm
amo vcs e até a próximaaa
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Nas Mãos do Capo - (Irmãos Ricci)
Fiksi RemajaMatteo Ricci é o Capo da Ndrangheta, um mafioso impiedoso e calculista. Até que ele a conheceu, Sofia, a ruiva que o levou ao céu e depois ao inferno, a mulher que ele se apaixonou mas que o deixou após descobrir a qual mundo ele pertencia. Sofia Mi...