Todos estavam mortos e nunca teve um momento em que a possibilidade de ter alguém da sua família fosse verdadeira, quando segurava quem amava nos braços em seus últimos segundos de vida, se via em um ciclo vicioso onde nada tinha vida ou algo semelhante, como estar presa em seu próprio inferno particular
Alex passou anos com algo gritando dentro de si que seus filhos estavam mortos, antes mesmo de nascer eles estavam mortos e não importava o quanto tentasse ou quisesse ser cega para a realidade, todos estavam mortos.. Mas agora tinha um único que por algum motivo estava vivo e saudável, foi como ser jogada do alto de um edifício em plena construção, o impacto contra o chão faz seus órgãos explodirem e então já não podia respirar, o fim era eminente e desesperador
Alex não conseguia respirar, seus pulmões não tinham forças e por mais que gritasse nenhum único som saia de sua boca, sua garganta travou e seu coração acelerava cada vez mais de uma forma que não conseguia pensar em nada que não fosse sua morte eminente, caída de joelhos no chão apertando o peito enquanto se contorcia em sua própria agonia, seu filho estava vivo e saudável, tinha um filho vivo e saudável como tanto desejava a cada segundo da sua vida e sempre que estava perto, se perdia nessa agonia momentânea em um longo e torturante desespero por que agora que tinha seu maior desejo, ela não sabia oque fazer ou como fazer, não conseguia pensar em nada que não fosse o medo de perder novamente, a dor e o medo se misturam de uma forma que suas forças são completamente sugadas e então naquele chão frio cercada de árvores e terra, Alex não conseguia gritar e tão pouco respirar, seu corpo não sabia oque fazer ao mesmo tempo que seu cérebro doía a cada segundo
- Não, não! Tá tudo bem, você tem que respirar..
Mesmo que conhecesse a voz, Alex não poderia dizer quem era e naquele momento nada tinha a menor importância, por que aquela pessoa lhe agarrou e lhe abraçou de uma forma que podia ouvir as batidas calmas e centradas do coração, puxando o ar com força Alex sentia as lágrimas caírem no peito da pessoa que lhe abraçava, apertando seu corpo
- Eu tô aqui, não precisa ficar sozinha, eu tô aqui com você...
Quente e confortável, como se estivesse em outro lugar em outra vida onde não precisa se preocupar ou lutar, seu corpo aos poucos se acalmava e seu coração voltava a bater ao acompanhar o coração daquela pessoa, o ambiente ficou silencioso e Alex fechou os olhos aos poucos desligando sua mente, mas ouvia com suavidade uma música, o cantar de uma voz limpa e serena que a muitos anos não ouvia ao menos não antes de sua infância, era como estar nos braços da sua mãe novamente e isso era algo que ela pensava, nunca pensou até aquele momento, ela sentia falta da sua mãe e aquela pessoa cantava e lhe abraçava como se fosse a sua mãe
- London Bridge is falling down
Falling down, falling down
London Bridge is falling down
My fair lady...
"Eu já ouvi essa música antes... Eu tô ficando com sono... Droga"
- Eu não sei por que você está assim, mas eu estou aqui para te ajudar, pode dormir se quiser.. Eu tenho um colo ótimo, é oque diziam
Ela rir fazendo carinho na cabeça de Alex e até mesmo deixando um beijo rápido, até que depois de um tempo que poderiam ser horas Alex começa a se afastar esfregando o cabelo, ela olha a pessoa contatando que estava certa em sua suposição, Lena sorria com uma gentileza enorme como se Alex fosse uma criança desesperada por um abraço materno, mas não era uma criança e Lena não era sua mãe
- Desculpe...
- Não precisa se desculpar, Kara ficou com o Noah e você veio correndo pra cá... Pensei que precisava de um abraço
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Trindade
Hayran KurguUm ser de Luz, um Demônio renegado e uma Ninfa-Bruxa abandonada... Esse trio tentava ganhar a vida enquanto sobrevivia as adversidades ao espalhar seu nome! ⚠️Kara e Alex GP⚠️