29 - L'amore non si piega alla paura.

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29 - O amor não se curva ao medo.

ANTONIO

Me sinto tonto, meu peito arde. O que aconteceu aqui? Onde estou? Tento me sintonizar com o ambiente, mas meus olhos quase não abrem. Escuto vozes ao meu redor, mas não reconheço. Aos poucos as vozes vão ficando mais claras, e a mente vai voltando a funcionar. Caramba, parece que eu levei um tiro.

Então me desperta a última lembrança. O forte barulho de tiro.

Dois.

- Valentina! — Meu coração acelera, e levanto assustado.

Só para bater com a cabeça no teto do carro. Porra, como vim parar dentro do carro? Os olhos se ajeitam no escuro, e eu reconheço ser o carro que eu usei para vir. Preciso voltar pra mansão atrás dela.

Abro a porta, e assim que saio do carro, Carlos vem até mim.

- Volte para dentro, senhor. — tenta me colocar de volta, mas eu sou firme. — Eles acham que você está baleado, por isso nos deixaram te levar. — e tenta novamente me colocar pra dentro do carro.
- Não! — forço.
- Por favor, senhor. — implora — Depois conversamos, vamos sair logo daqui.
- Valentina! Onde ela está? — digo nervoso, eu vim por ela.
- Era uma armadilha, Antonio. Vamos ao menos pegar distância pra conversar.
- Eu não vou sem ela! — tento o tirar da minha frente.
- Foi ela que o arrastou para a rua, não posso permitir que você volte. — ele olha assustado para os dois lados — Ela está em segurança. — quase sussurra — Senhor, agora ela é parte deles. — me segura com seus dois braços, e sinto uma forte fisgada entre as costelas.

Só então que percebo que o tiro foi no colete que eu vestia. Mas ao contar pela dor de cabeça, eu devo ter batido contra algo que me tirou a consciência. Não consigo me lembrar de nada direito, minha mente está confusa. Quase não entendo suas palavras, mas então cai a ficha.

- Como assim, um deles? Eu cheguei antes, Carlos. Eu cheguei. Eles estão indo la se casar agora? Precisamos impedir. — estou atordoado.
- O casamento já aconteceu. — ele percebe minha tristeza, e faz uma pausa para criar coragem — Nesta tarde, senhor. Não tinha o que pudesse ser feito. — ele dá de ombros — Nos enviaram um convite com o horário errado, para criar uma armadilha. — Carlos volta a perder a calma — E ele quase conseguiu te matar! — ao perceber que suas palavras me fizeram abaixar a guarda, volta a me forçar a entrar. — Ela ja aceitou à máfia, não há mais volta. Agora, por favor, vamos sair daqui. — suas palavras ecoam dentro de mim, e eu me deixo ser guiado pra dentro do carro. Arrasado.

Eu me sinto ainda atordoado, e incapaz. Por mais que eu tenha corrido, eu nunca chegaria a tempo. E agora, ela pertence a eles. Eu sinto como se meu coração estivesse sendo arrancado do meu peito. Como eu vou viver agora, sabendo que ela nunca mais será minha? Caramba... não sei o que fazer. Não tenho mais forças pra nada. De repente tudo perdeu o sentido, e nem voltar pra casa significa algo. Não tem mais ninguém esperando por mim.

Que arrependimento... eu fui fraco. Fui burro. Deveria ter seguido meus instintos, e ido novamente atrás dela. Ao menos ganharia tempo. Mas assim... eu deixei o caminho livre, para aquele maldito a tirar de mim. Eu consigo imaginar várias formas de acabar com isso, e libertar Valentina de qualquer jeito. Basta que ela queira, e eu mato todos por ela. Basta que diga uma só palavra. Sei que é apenas uma questão de tempo, e ela voltará para mim. Eu vou fazer ela entender que está ligada a mim.

Mas enquanto não consigo a fazer dizer algo, me controlo, e me deixo ser levado para longe. Carlos dirige até onde está o jato, e embarcamos assim que é liberado. Me sinto derrotado. Sou o pior homem do mundo. Perdi o meu amor, por medo. Do que adiantou querer tanto a proteger? Ela foi por conta própria, se entregar para aquele homem. Como será daqui pra frente? Ela terá que consumar esse casamento. Não consigo imaginar outro homem a tocando.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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