O carro acelerava pela estrada, o cascalho batendo contra a lataria a medida que a poeira se levantava. Eu e Sam estávamos amassados um contra o outro, totalmente desajeitados em uma posição nara confortável. Minha cabeça doía depois que nos chocamos. A chuva ainda era intensa, o parabrisa parecia estar em meio a uma cachoeira e podia sentir o carro dando indícios de derrapar a cada vez que se aproximava de um local que não pude distinguir de dentro do veículo.
Sam se contorcia no banco, berrando igual um cabrito sem dono. Meus ouvidos já começavam a latejar e minha paciência se esvair, apesar da situação nada agradável.
— Para de gritar, porra! — O acertei com uma cotovelada no estômago. Não tinha intenção de machucá-lo mas ali talvez ele tenha merecido ou não. Ele engasgou.
— Agh..! Precisava disso??!
— Isso fez você parar de gritar, então sim!
Me debrucei contra o painel, passando a mão pelo vidro na tentativa de ver algo a frente mas nada, estava embaçado e a água era muita. A única luz a frente eram os faróis do carro e ao longe, tinha pontos amarelados, postes de energia. Olhei para Sam que massageava seu estômago e em seguida olhei para o retrovisor, um arrepio percorreu minha espinha. O carro policial ainda nos seguia, as sirenes ligadas mas sem o barulho ensurdecedor.
— A gente tá muito fodido.. — Murmurei.
— A gente vai morrer, não vai? — Sam choramingou entrando em desespero novamente.
— Vai. — Respondi com um sorriso tenso.
Bruscamente o veículo derrapou e abriu a porta, nos arremessando para fora. O impacto contra o cascalho molhado me fez soltar um berro, as pedrinhas afundando na pele, mesmo por cima das roupas. Rolamos barranco abaixo e batemos contra uma vasta extensão de cerca elétrica e para nossa sorte (ou azar), ela estava desativada. Sam estava estirado no chão, o rosto todo enlameado, o abençoado caiu bem em cima de uma poça. Que sorte.
Me agarrei a cerca e me levantei, corri até Sam e o ajudei a levantar. Limpei seu rosto com as mangas do meu sueter (já não fazia diferença se o sujasse mais, já estava todo manchado de lama e a única solução era jogar fora depois).
— Sam! Tá tudo bem?! Se machucou?! — Perguntei aflita. Era difícil conseguir manter os olhos totalmente abertos naquela chuva intensa. Os relâmpagos iluminando o céu, pintando de roxo.
Sam assentiu, ainda em choque com a situação. O puxei pelo braço e corremos na direção contrária do camaro. Olhamos barranco acima, o carro policial veio com tudo e se transformou naquela coisa, se jogando na nossa direção. Eu e Sam berramos e caímos em uma enormes poça de lama.
O robô gruniu e foi lançado contra a cerca, que se desfez até uma certa extensão. Ele se embolou em meio aos arames, fios e placas. O camaro já não estava mais no mesmo lugar, estava alguns centímetros abaixo do barranco e agora era um robô amarelo. Não era tão enorme mas também não era pequeno. Os enormes olhos azuis se direcionaram para nós, parecendo escanear nossas feições.
— Puta merda.. — Murmurei agarrada a Sam.
— Tecnologia japonesa, eu não duvido.. — Sam sussurou, os olhos fixos no robô amarelo. Estava espantado com a cena diante de si.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Apaixonada por um Decepticon ♡
Ciencia FicciónAcompanhe a trajetória de uma garota que secretamente se apaixonou pelo líder dos Decepticons, enfrentando diversos desafios e contratempos, que quase resultaram em uma confusão ainda maior que o conflito entre Autobots e Decepticons. Em andamento!!