capítulo 22

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P.o.v  Marília

Os dias tavam passando voando, e eu não fazia a mínima ideia de como casaria em tão pouco tempo. O primeiro mês do prazo, já tinha de passado, mesmo que eu começasse a namorar com alguém, quem seria louco, ou louca de se casar comigo tão rápido? Pois é, ninguém.

A única pessoa que ainda tive alguma intimidade nesse mês foi Maraisa, e foram coisas muito fúteis, eu não entendo o por que do meu corpo ser tão traidor quando se trata dela. Nunca sequer transamos, eu ainda acho que deve ser apenas tesão acumulado.

Hoje é sábado, eu tinha perdido meu sono, era pouco mais de 07:00 da manhã, após tomar banho e escovar meus dentes, vesti uma calça legging, um top, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo, calcei um tênis esportivo, peguei meus fones e estava pronta para uma corridinha.

Estava com saudade de correr, faz tempo que não fazia nenhuma atividade física. Entre uma música e outra, já fazia quase 1 hora que estava correndo.

Voltei para meu prédio, encontrei Luisa sentada no capô do carro dela.

— Bom dia Marília! Por que simplesmente não aproveita suas horas vagas para dormir? Você parece uma máquina mulher.

— Eu tava sem sono Souza!

— Mari, são 08:23 de um sábado!

— Eu não consigo dormir até tarde. Tava com minha cabeça cheia, correr me anima.

Eu saí caminhando para meu apartamento na companhia de Luisa.

— Aliás, por que está aqui tão cedo? E como sabia que eu estava correndo?

— Eu passei por você no caminho. – Ela alongou a coluna. — Eu estava sem sono, aí resolvi vim te ver, sabia que estava acordada.

Eu abri a porta do meu apartamento,
Luisa já foi tirando o tênis e jogando em qualquer lugar.

— Vou fazer algo pra gente comer.

Eu fui andando na frente, senti apenas o tapa de Luisa na minha bunda.

— Seu corpo continua um espetáculo!

— Da pra parar de se aproveitar do meu corpo? Eu vou falar pra minha namorada! – Eu falei sério.

— Comunicou a Maraisa que ela está em um relacionamento com você?

Eu liguei o fogão antes de me virar pra Luisa.

— Nem me fale nessa menina, Maraisa está tirando o resto da paciência que sobra em mim. Meus pais a convidaram para um jantar nos últimos dias.

Eu peguei os matérias necessários e coloquei em cima da mesa.

— Estão avançadas, já está levando ela pra casa dos sogros.

Eu peguei um pano de prato que tava em cima da mesa e joguei nela. Luisa começou a rir.

— Você não comece com gracinhas. Eu estou fodida, preciso me casar, e a única pessoa que tive algo foi Maraisa, que não faz nenhum esforço pra ao menos me fuder.

Luisa começou a rir.

— Ela vive me provocando Luisa, eu tô ficando desesperada. Eu nem sei por que te falo essas coisas, você só sabe me zoar.

— Você quer que eu faça o que? Sinceramente, se fosse eu no seu lugar, já tinha mandado Maraisa se ajoelhar e me chupar até minhas pernas falharem.

Eu tava mexendo os ingredientes, até parei e encarei Luisa.

— Eu não tenho esse poder sobre ela Luisa.Preciso é tirar essa mulher de meus pensamentos, e focar em conhecer algum macho.

— Você precisa é focar na sua macha, vocês combinam tanto. Eu quero ser madrinha desse casamento.

Eu comecei a rir, Luisa não tem jeito mesmo.

— Me fala sobre você e a senhorita Pereira?

— Eu só fiquei com ela em uma festa um tempo atrás.

— Deve ser a festa que Maraisa mencionou comigo.

Eu derramei a massa das panquecas na frigideira já quente.

— Maraisa anda te contando tudo que faz?

— Han... Não, claro que não!

— Marilia, você e ela já parece um casal, vocês só não se assumem!

Eu revirei meus olhos pra Luisa, foquei minha atenção nas panquecas pra não queimar.

Pedi que Luisa pegasse coisas na geladeira pra colocar em cima, a primeira coisa que ela tirou foi Nutella. Luisa não consegue ser saudável mesmo.

— Mari, mas falando sério. O que vai fazer em relação a sua empresa? Vai apenas aceitar isso?

— O que quer que eu faça? Eu vou trabalhar um ano em um cargo mais baixo, e depois devo voltar a ser a CEO. Porém acho muito difícil isso acontecer, seria votado pelos acionistas, se eles tiverem com alguém que eles mandam no poder, não vão querer mudar isso.

— Você tem 80% Marilia, como os acionistas podem mandar mais do que você?

— Eu não posso passar por cima dessa cláusula, é contra as leis.

Eu coloquei as panquecas na mesa e me sentei com Luisa para comer.

— Por que você não falou com Maraisa sobre essa cláusula?

— Eu queria realmente conhecer Maraisa, sem pressão em relação a isso. Não penso em falar com ela sobre essa cláusula, justamente pra não lhe assustar.

Eu servi panqueca pra nós duas, coloquei suco pra mim, e Luisa preferiu leite.

— Eu e Julyer vamos em uma balada hoje. Você vai também.

Ela falou e colocou uma garfada de panqueca na boca. Soltou um resmungo de prazer.

— Tenho opções de escolha?

— Não, você só vai e pronto.

Luisa passou o dia todo no meu apartamento, ao anoitecer fomos se arrumar para ir a tal balada, Luisa é tão folgada que nem foi na casa dela, entrou no meu closet e se serviu do que quis.

Eu resolvi ir com uma roupa mais casual, e sair um pouco da roupa social.

Vesti uma calça de cor rosa bebê, um top cinza, tênis, e uma jaqueta.

Sinto saudades de quando me vestia sempre assim, mas não posso reclamar, eu amo meu estilo de empresária.

— Marilia tu tá ainda mais gostosa agora. Caso não pegue ninguém hoje nem eu, podemos terminar a noite juntas nessa cama? – Luisa falou e mordeu o lábio inferior.

— Sente saudades da minha boca e do meu corpo Souza?

Eu fui até ela, e mordi seu lábio inferior.

Luisa me empurrou de perto dela e eu comecei a rir.

— Você continua a mesma pervertida, e ainda fala de mim!

Ela foi até o espelho terminar a maquiagem.

— Luisa a gente podia transar mesmo, você está mais gostosa agora. Sua bunda tá grande, barriga sequinha, cabelo bonito...

— Vai que você se apaixone e queira casar comigo? Deus me livre!

Eu e Luisa transamos quando éramos adolescentes, chegamos bêbadas de uma balada e acabamos transando na casa dos meus pais.

Eu ouvi som da campainha e fui atender, abri a porta e dei de cara com Julyer.

— Boa noite gostosa. Tem comida nessa casa? Tô morrendo de fome!

Julyer já foi entrando e indo direto pra minha cozinha. Esse garoto só vem aqui pra acabar com minhas comidas.

(.) (.)

Senhora MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora