Não era para Erick estar ali. Para alguém que pretendia chamar o mínimo de atenção possível, aquele bar aleatório seria o pior local para passar despercebido. Isso porque não havia como fugir dos avanços daquele barman atrevido, que não fazia cerimô...
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Eu não sei se foi o calor do sol ou se foi sua luz que me acordou. Tentei abrir os olhos, mas o facho bateu direto na minha retina, obrigando-me a mover o corpo para sair de sua mira. As persianas, que costumavam bloquear a claridade que entrava pelas janelas, estavam suspensas; eu havia chegado tão cansado que nem me lembrara de fechá-las antes de dormir.
Pensando bem, eu nem me lembrava direito dos passos que dei até a cama. Havia, sim, uma memória que permeava minha consciência: a lembrança de mãos carinhosas massageando meu corpo, uma presença doce que aliviava a dor da perda e da solidão. Seu cheiro ainda estava nos lençóis da cama, seu calor ainda tocava minha pele...
Minhas mãos se moveram e encontraram pele nua. Só então meus olhos focaram no rosto adormecido, parcialmente coberto por longos fios avermelhados. Meu coração deu um solavanco quando os olhos de gato se abriram e encontraram os meus. As lembranças voltaram de uma vez, junto com o vazio de antes.
Ele sorriu. O sorriso iluminou tudo ao meu redor, muito mais do que o sol foi capaz. A luz afugentou a escuridão, e a dor pareceu menor, menos agressiva. Eu não consegui proferir uma palavra, apenas movi a mão que repousava em sua cintura e deslizei-a até seu rosto macio.
Ele era lindo. Parecia um anjo travesso, cheio de energia pulsante. Enquanto as lembranças do que ele havia feito por mim desde a morte da minha mãe inundavam minha mente, engrossando o caldo dos sentimentos que me engolfavam, eu tentava emergir. Mas, por mais que me debatesse, não conseguia me livrar da onda de emoções que me consumia. Num impulso incontido, inclinei-me e toquei seus lábios com os meus.
A dor interior cedeu ao calor. Um suspiro escapou por meus lábios, espelhado por um gemido vindo dele. Minha língua penetrou sua boca convidativa, e logo eu me movia para cima dele, aprofundando o beijo enquanto o pressionava contra o colchão. Quando percebi que estávamos ambos despidos, rocei minha ereção contra a dele, que já me recebia com as pernas afastadas.
Eu pensei em parar. Em algum momento, entre a lambida que ele deu em meu pescoço e o puxão que dei em seu cabelo, cogitei a possibilidade de parar com aquilo para uma conversa, para pensar no que estava fazendo. Mas foi impossível. Quando ele começou a se mover sob mim, abandonei o raciocínio e o animal em mim reagiu, faminto.
Eu precisava calar a dor; tinha que preencher aquele buraco, aquele vazio, o silêncio que ensurdecia minha existência. Viki estava ali, pleno de tudo o que eu precisava naquele instante. Eu precisava dele mais que qualquer outra coisa.
Ataquei sua boca mais uma vez. Chupei sua língua, lambi seus dentes e mordi seus lábios enquanto meu corpo se esfregava no dele, que rebolava em resposta. Nossos gemidos cresceram em intensidade, e, antes que eu pensasse em pegar um preservativo para entrar nele, senti o orgasmo chegando.
Deixei vir, porque, pouco antes, havia sentido a porra dele melando minha virilha. Aquela umidade pegajosa acelerou consideravelmente as coisas, então logo meu sêmen se misturava ao dele, grudando nossos ventres.