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Samira, ainda em choque e tentando processar as palavras das mulheres ao seu redor, não conseguia tirar a mente do que aconteceria a seguir

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Samira, ainda em choque e tentando processar as palavras das mulheres ao seu redor, não conseguia tirar a mente do que aconteceria a seguir. Ela não conseguia entender por que tudo aquilo estava acontecendo com ela, por que sua vida havia sido destruída de forma tão brutal. A angústia em seu peito só aumentava. Ela não conseguia suportar mais a incerteza e o medo que a consumiam.

Com a voz trêmula, ela perguntou:

- O que vão fazer conosco? O que vai acontecer agora? -

As mulheres trocaram olhares pesados, e a mulher mais velha, que parecia ser a mais experiente em ter sobrevivido a tantas atrocidades, soltou um suspiro resignado. Ela parecia cansada, como se estivesse falando de algo que já tinha sido repetido tantas vezes que não lhe causava mais surpresa.

- Se tivermos sorte... - Ela começou, a voz grave, mas fria.

- Seremos vendidas, trocadas por ouro, comida, ou qualquer coisa que esses vermes possam achar útil. Isso é o melhor que pode acontecer. Mas se não tivermos essa sorte... - Ela pausou, os olhos dela passando por Samira, e um leve tremor percorreu sua voz

- Se não formos vendidas, serviremos para outras coisas. -

Samira não entendeu de imediato, mas o rosto das outras mulheres se fechou, e a expressão da mulher mais velha endureceu. Ela continuou, a vergonha em suas palavras era visível:

- Se não forem vendidas... - Ela repetiu, olhando para o chão, como se não quisesse mais encarar a verdade.

- Servirão para aquecer a cama desses vermes imundos. Seremos usadas por eles, até que se cansem de nós. -

Samira sentiu como se o chão sob seus pés tivesse sumido. O que ela ouviu foi um choque tão grande que mal conseguiu respirar. O estômago dela se revirou, uma ânsia de vômito tomando conta dela de forma instantânea. Seu corpo tremia com a repulsa, e ela queria gritar, chorar, fugir, mas suas mãos estavam amarradas, seus pés imobilizados.

Ela olhou para as mulheres, buscando algum tipo de consolo ou esperança, mas tudo o que viu foi a dura realidade de uma vida sem saída. Os olhos delas, carregados de sofrimento e resignação, refletiam o quanto já haviam se acostumado com essa crueldade. Elas não estavam mais sonhando com liberdade ou com justiça. Elas já haviam se rendido a um destino cruel e sem dignidade.

Samira, com a boca seca e o coração batendo forte, não sabia mais o que pensar. Tudo o que ela conhecia e amava foi arrancado dela em um instante, e agora ela estava ali, com os pés amarrados e as mãos atadas, como um troféu de guerra. O corpo dela, o que restava de sua humanidade, parecia ser uma coisa barata para esses vikings cruéis. E essa ideia, essa possibilidade terrível de ser usada e descartada, fez com que ela se sentisse mais suja do que jamais imaginou.

Ela fechou os olhos, tentando controlar o choro que ameaçava explodir a qualquer momento. Não sabia mais o que pensar, o que fazer. Só sabia que a dor, o medo e o desprezo tomavam conta dela a cada segundo. A única coisa que restava era a angústia de saber que sua vida, assim como a das outras, estava nas mãos de monstros.

Mot. (Thorfinnxleitora)Where stories live. Discover now