Capítulo 5: De Repente... BEER!

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Eu realmente estava achando que eu estava virando uma santa.

Qual é, eu havia acabado de sair de uma igreja, de confessar, e ainda estava aqui na casa da Rose dizendo que tudo ia ficar bem e que Deus iria ajudá-la.

Claro, isso não ajudou. Porque ela olhou para mim como se eu fosse louca, virou a cara e enfiou a cabeça no travesseiro.

Eu não havia comentado nada sobre Emmet e sua 'confissão', porque isso envolveria contar sobre Edward, e bem, eu não queria que ela enchesse minha cabeça com histórias absurdas. Além do que, eu deveria manter segredo sobre o meu mais novo plano diabólico. Juntar Emmet e Rose.

Rose pediu para que eu dormisse na casa dela. Coitadinha, ela estava totalmente abalada e eu tinha certeza de ver por umas duas vezes um lampejo suicida em seus olhos. Mas se toda vez que eu ficasse mal eu pensasse em me matar, eu era um espírito e queria viver meu próprio filme do Ghost.

"Emmet... Oh, não vá... Eu o amo... Não vá..."

"Ugh!" Murmurei no sono. Passei meus braços e coloquei-os em conchinha e apoiei minha cabeça neles.

"Não vá... Oh, não..."

Estremeci. Será que eu estava ouvindo as vozes do Titanic?

"Bella sai daqui... Emmet volte..."

"Ei!" Gritei me levantando e me deparando com uma Rose adormecida. Rolei meus olhos para ela. "Acorda Rose..."

"Só mais cinco minutinhos, mamãe..." Ela rolou no sono e enfiou sua cabeça embaixo dos lençóis.

"Rose..." Revirei meus olhos mais uma vez. "Mamãe está longe, sabe?"

"Bella?" Ela perguntou sonolenta e enxugou os olhos com uma mão. O cabelo loiro e volumoso dela estava todo jogado para trás e embaraçado, mas mesmo assim ela continuava linda.

"Não, sua mamãe!" Respondi levantando da cama. "E nem me olha com essa cara de surpresa, porque você mesma pediu para que eu ficasse essa noite, e ainda eu tive que suportar ouvir você dizendo frases do Titanic."

"Desculpe..." Ela falou ainda meio grogue. "Antes de você vir para cá eu assisti, você sabe né, com brigadeiro... Se você quiser tem um pouco no fogão."

"Nada como chocolate para curar a depressão..." Filosofei enquanto ia até a cozinha do apartamento dela. Rose era o que poderíamos chamar de pessoa rica, porém trabalhadora pobre.

É aquele tipo de garota que tem dinheiro por herança dos pais ou coisa assim, mas trabalha no que quer, e esse querer, é um lugar que não dá uma renda muito boa.

Abri o fogão e achei uma pequena valise onde tinha um restinho considerável de brigadeiro. Hum... Brigadeiro adormecido é o melhor!

"Sabe, eu não sei por que você reclama do meu sono." Rose falou entrando na cozinha já um pouco mais acesa enquanto pegava uma colher e pegava um pouco de brigadeiro. "Você fala mais do que o cara do rádio ou o locutor da loja de móveis."

"Certo, então é só você não fazer conexão."

"Quem é Edward?" Ela perguntou de supetão.

"Quem?" Eu paralisei a colher que ainda estava em minha boca.

"E.D.W.A.R.D." Ela soletrou. "Você não parava de falar esse nome o tempo todo."

"Edward?"

"Sim, claro. Sabe aquele nome que começa com Ed e termina com Ward?"

"O que mais eu falei?" Perguntei assustada.

"Sei lá, Edward me lembrou Emmet, e eu comecei a sonhar com ele." Revirei meus olhos aliviados. "Quer dizer os dois nomes começam com E, então minha mente fez a conexão."

De Repente... ReligiosaOnde histórias criam vida. Descubra agora