Capítulo 11: De Repente... As Revelações

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Ao longe o toque insistente do celular, do telefone e da campainha queria fazer música aos meus ouvidos. Uma música sem nem um pouco de harmonia devo dizer.

Uma espécie de drim-Drom-Tum-tum, insistente que eu já me acostumara nos últimos... Huh me deixa ver... Dois dias.

"Sskyyyyyy... Não ouuuse ateeender o teeeelefoooone..." Disse do meu lugar preferido nesses dias. O tapete da sala de estar.

E claro o meu pote de sorvete de milho verde, e nada de chocolate, para não lembrar brigadeiro, e EPA!

Sky estava brava comigo nesses dias. Ela parou definitivamente de falar comigo, e eu ignorei ela também.

Sky me lembrava muitas coisas nesses momentos, coisas que eu realmente não queria lembrar.

Existiam muitas coisas que eu sabia que levava para o inferno. E eu nem precisava consultar nenhuma lista idiota para saber que estar apaixonada por um padre fosse uma delas.

Porque DEFINITIVAMENTE, era.

Apaixonada... Huh, apaixonada... Essa palavra era tão estranha, sabe?

Maldita hora em que eu fui formar o maldito pensamento da maldita frase que eu escutaria e acreditaria em qualquer maldita suposição que me fizessem naquela maldita hora, no maldito jardim!

Maldito mundo cruel também. Minha vontade era de sair aos quatro ventos, encher os pulmões com o ar de inverno e gritar com os braços esticados como um perfeito cristo redentor. "POR QUÊÊ? POR QUÊEEE?"

Mas provavelmente ao fazer isso quem quer que me esperasse do lado de fora me pegaria.

Depois como nos filmes poderia cair aquela baita chuva, e eu quase ser atropelada. Mas Edward aparece com o seu crucifixo marrom e sua batina branca com as estolas vermelhas, e me salva, e nos beijamos em baixo da chuva.

Pára Bella. Pára. Minha vontade era pegar minha bazuca de estimação e enfiar goela abaixo. Ou mesmo comer a bolachinha que Mike dera para Sky, e me entupir de veneno.

Mas... Com minha sorte... E mais outros fatores conspiratórios... Eu provavelmente ficaria mais viva do que nunca.

Apaixonada... Apaixonada... Aquelas palavras voltaram para minha mente.

Com certeza, não era uma coisa boa.

Primeiro: Mike Newton. Garanhões da Cidade. Já pensei que estava bom, mas e agora...

Segundo: Padre Edward Cullen? Padre? Tá bom que ele era lindo, perfeito, maravilho, top mister padre, mas ele era padre. Ele tinha uma aliança preta na mão esquerda que significava que ele era comprometido com JESUS!

E para minha mísera informação, eu não era homem, não tinha nascido no ano 0, e nem tido sido filha de Maria.

Ou seja, em outras palavras, EU NÃO ERA JESUS!

O toque do meu celular tocou de novo, e eu quis desligar aquele bendito. Quantos dias eram necessários para acabar com a bateria de um celular? Eu sempre achara que era um prazo muito curto, mas agora eu vejo que realmente era BEM longo.

Sky correu para a porta e ficou de pezinho com as patinhas dianteiras apoiadas nela, tentando alcançar a maçaneta que estava bem longe de seus poderes minúsculos.

Sky estava se mostrando uma perfeita moçinha. Ela mesma colocava ração no seu pote, colocava sua própria água fresca... E bem... Eu pelo menos acho que ela fazia isso. A não ser os momentos em que ela quis dividir o pote de sorvete de milho verde comigo também.

Estiquei a mão para o celular, mas estava muito longe. Tentei me levantar, mas a lei da gravidade - ou da obesidade- me fez voltar e estancar de costas e bunda no chão.

De Repente... ReligiosaOnde histórias criam vida. Descubra agora