O ACAMPAMENTO JÚPITER NÃO É TÃO RUIM
No alto do céu, ninguém poderia me incomodar. Era tão libertador que me deixava sem palavras.
Nunca voei tão alto. Quem sabe eu não iria até o Monte Olimpo? Faria uma visita para umas primas minhas que tenho lá.
Será que um dia eu verei os palácios brilhantes do Olimpo e suas ruas douradas? Tenho fé que sim.
Aqui no alto eu podia ver as pessoas, tão pequeninas que cheguei a me sentir uma deusa, com todo aquele poder sobre tudo e todos. Por isso minha mãe me proibia de voar alto, achava que eu ia me estabanar e despencar daqui.
Ao longe, vi que já chegava a Califórnia, mas decidi fingir que não tinha chegado ainda.
Senti o vento frio pelo meu rosto, via pássaros voando em bandos, só faltou ver uma cabra preta voadora. Quando levantei as mãos para o alto, senti tanta liberdade que tive que gritar.
— CHUPA, MÃE! — eu sorri com a ideia de minha mãe furiosa. Ela teria me olhado com aquele olhar de assombro e me dispensado, fingindo que não teve uma filha tão horrível.
Quando me aproximei do que parecia uma rodovia, logo vi que os romanos eram malucos mesmo. Bem em cima do túnel, duas figuras paradas, dois guardas usando armaduras romanas. Eram sentinelas.
Quando me aproximei com minha vassoura, eles se assustaram e levantaram as armas.
— Quem é? — o da esquerda perguntou.
Eu, com minha gentileza respondi: — Ninguém que te interessa.
Os guardas pareciam confusos com minha resposta.
— Saiam da minha frente e digam que uma presença ilustre está aqui! — eu ordenei, e eles saíram da frente sem questionar. Ah, o charme, o melhor poder que inventaram.
Manipular charme é fácil, principalmente quando a própria Dama Negra te ensina. Circe teria sido uma professora melhor nesse quesito, mas a Deusa da magia também serve.
Abri a passagem do túnel e passei por ele. Era até que espaçoso, considerando que ficava em uma montanha. Quando eu terminei de passar pelo túnel, a entrada do lugar me esperava.
Era como um novo mundo que se desdobrava a minha frente, com uma vasta floresta um pouco mais à frente na esquerda, um círculo de montanhas e um rio bem fino.
Senti que se passasse pelo rio, alguma coisa seria selada, e isso é a última coisa que quero.
Ainda na vassoura, passei aquele rio esquisito. Quando cheguei perto dos portões, um garoto e uma garota vieram me receber. Mais soldados surgiam pelo muro, com lanças e flechas. Todas apontadas para mim.
O casal (eles estavam de mãos dadas) de soldados se aproximou.
Um era alto e pálido, com músculos brotando de todo lugar. Ele tinha cabelo preto bem curto, olhos castanhos e parecia ter ascendência chinesa.
Já a menina era bem o oposto, com uma linda pele cor de cacau, cabelos cacheados castanhos-canela e lindos olhos dourados. Ela era baixa e exalava cheiro subterrâneo...
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O Narciso de Perséfone
FantasyEvelyn, uma filha de Afrodite, está disposta a recuperar o narciso mágico de Perséfone em troca de ver seu pai mais uma vez. Sua amiga Hester tem medo do que isso possa acarretar.