— O que você está fazendo aqui, Valentina? — perguntei, a voz saindo mais tensa do que eu gostaria.
Ela se virou para mim, um sorriso travesso dançando em seus lábios, como se nada estivesse de errado.— Temos um trabalho para fazer juntas, Luiza — ela respondeu com um tom despreocupado, como se invadir meu quarto fosse a coisa mais normal do mundo.
Eu suspirei, cruzando os braços em frente ao peito.— Eu não me esqueci, mas você não precisa ficar invadindo meu quarto assim. Sabe como chamam as pessoas que fazem isso? Ladrões. — A palavra saiu com um certo peso, mais do que eu esperava. — Caso você não saiba, eu tenho uma porta, e você ainda subiu até a minha janela sem permissão.
Valentina parecia estar se divertindo com a situação. Ela deu uma risada baixa, os olhos brilhando de desafio.
— Ladrões, é? — repetiu ela, desafiadora. — Eu diria que você está exagerando. Só queria dar uma olhada no que você estava fazendo, não roubar nada.
Eu respirei fundo, tentando manter a calma. Não podia me deixar levar pelas provocações dela. A cada palavra dela, minha paciência se esticava mais, mas algo dentro de mim também se mexia, uma sensação estranha que eu não sabia identificar direito.
— Não importa — respondi, tentando controlar minha frustração. — A próxima vez, bate na porta.
Valentina deu de ombros, como se minha ordem fosse irrelevante. Ela se afastou da janela e caminhou até o centro do meu quarto, sem se importar com a tensão no ar.
— E se eu não quiser bater na porta? — ela perguntou, com um sorriso desafiador, como se quisesse me testar.
Eu não sabia mais o que pensar. Como ela conseguia ser tão... intensa? Era como se o simples fato de estar na mesma sala que ela já fosse uma provocação.
Respirei fundo, tentando não ceder à confusão que começava a tomar conta de mim.— Eu realmente acho que você deveria — disse, agora com uma calma que eu forçava a manter. A verdade é que eu não sabia mais o que pensar. Ela estava mexendo comigo de um jeito que eu não conseguia explicar, e não era só a atitude dela. Era como se ela me tirasse do meu centro a cada movimento.
Ela deu um sorriso discreto, como se gostasse de me ver assim, desconcertada, e então disse, de maneira mais casual:
— Então, o que vamos fazer sobre o trabalho? —Ela pergunta.
— Só temos que entregar isso na próxima semana. Achei que podia esperar um pouco mais. — Comento, um pouco desconcertada.
Valentina dá de ombros, como se fosse a coisa mais natural do mundo.— Não gosto de deixar nada para a última hora — responde ela, com um sorriso travesso. — E, além disso, achei que seria... interessante passar um tempo com você.
Reviro os olhos e cruzo os braços.
— Interessante, é? E o que você acha que vai aprender comigo, exatamente? — Pergunto, tentando manter o tom de sarcasmo.
Valentina se aproxima, inclinando a cabeça, como se realmente estivesse pensando na resposta.— Não sei... — Valentina diz, com um sorriso enigmático. — Talvez você possa me ensinar algo que eu não saiba.
Ela me encara por um momento, como se estivesse esperando uma reação.
— Acho que você já sabe tudo o que precisa saber — respondo, sabendo que ela não está se referindo ao trabalho.
Valentina sorri, o olhar ficando mais intenso, como se ela soubesse exatamente o que eu estava pensando. Cada movimento dela parece calculado, mas ainda assim carregado de algo imprevisível. Ela começa a se aproximar, seus passos lentos e firmes ecoando no silêncio sufocante que se formou entre nós. É como se o ar tivesse mudado, ficando mais denso, quase palpável, e minha respiração se torna mais pesada a cada segundo.
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Atrávez na minha janela (Em Revisão, sujeito a Mudanças)
FanfictionLuiza vive um amor platônico por sua vizinha Valentina desde que se mudou para a casa ao lado. Mas Valentina sempre a ignorou.Apesar de ter uma vista privilegiada do quarto de Valentina, não é o suficiente para Luiza e ela acaba desistindo de...