AEMOND TARGARYEN
A porta escancarou-se com um estrondo que reverberou pelos corredores sombrios da Fortaleza, a madeira cedendo sob a força brutal de meu chute.
A brisa gelada da tempestade invadiu meu corpo como um presságio sombrio. O ar estava gélido, morto, tão pesado quanto o desconhecido que apertava meu peito enquanto firmava Daena em meus braços.
— Chamem um Meistre! — Minha voz saiu como uma ordem cortante para os guardas.
Eles me encararam, confusos, hesitando por um momento que me fez querer arrancar suas cabeças.
— Agora! — Gritei, meu timbre sombrio e ameaçador.
Eles desapareceram no corredor seguidamente.
Travei o maxilar, mal sentindo meus próprios passos enquanto avancei rapidamente pelo mesmo, apertando Daena contra mim, minhas mãos trêmulas deslizando por sua pele, fria como gelo, um contraste cruel com o calor febril que tomava meu corpo.
Desviei meu olhar para ela, seu corpo leve, tão assustadoramente frágil, como se já estivesse escapando de mim, como se os Deuses estivesse decidindo tirá-la de minhas mãos. Um nó crescia em minha garganta, ardendo como brasas, enquanto o som da tempestade que desabava a nossa volta invadia o corredor pelas lacunas abertas.
O vento chicoteava, trazendo consigo o gelado e sombrio rugido ameaçador dos céus que pareciam gritar, refletindo o caos que se instalava dentro de mim.
Cada segundo era um golpe contra minha sanidade.
Passei pelo pátio aberto que ligava as alas do castelo, e a chuva nos envolveu como uma cortina de lâminas gélidas, cortando tanto a pele quanto a alma.
Meu olhar caiu sobre o rosto dela, agora pálido, como a luz de uma vela prestes a se apagar. A água escorria por sua pele, lavando, mas não escondendo o sangue que tingia seus lábios e nariz. Os fios de seu cabelo branco estavam grudados em sua testa, sem o brilho que eu costumava contemplar com reverência.
Passei a mão rapidamente sob eles, os afastando de sua face.
Ela parecia um espectro, tão distante da realidade que sua fragilidade se cravou em mim tão impiedosamente que minhas pernas fraquejaram.
O céu desabava em um lamento ensurdecedor, como se os Deuses chorassem por nós, derramando suas lágrimas em uma tempestade implacável e fria, carregada de uma crueldade silenciosa.
Inclinei a cabeça para cima.
— Não vão tirá-la de mim. — Minha voz saiu como um sussurro cruel e ameaçador para os céus.
Apertei-a com mais força, como se isso fosse suficiente para segurá-la neste mundo.
Meus passos eram rápidos, mas o chão escorregadio parecia um inimigo invisível, tentando me atrasar quando cada segundo era valioso.
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Queen of Nothing - Aemond Targaryen
Fanfiction𝑫𝒂𝒆𝒏𝒂 𝑻𝒂𝒓𝒈𝒂𝒓𝒚𝒆𝒏 foi condenada a cinco longos anos de exílio, afastada de Porto Real, como forma de punição por ter desferido um golpe em seu tio, 𝑨𝒆𝒎𝒐𝒏𝒅 𝑻𝒂𝒓𝒈𝒂𝒓𝒚𝒆𝒏, que lhe custou a visão de um dos olhos. Seu castigo a c...