Enquanto Barcelona reabre lentamente após a pandemia, a estrela pop Gisèle Hyland, que passou mais de uma década no topo dos charts, recebe uma notícia que pode mudar sua vida: ela está grávida do filho de seu ex-namorado. No banheiro do restaurante...
CAPÍTULO VINTE E QUATRO | UN VERANO SIN TI ❝TIPO LINDO DE ROSTO SUJO❞
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❝ela tinha um rosto de uma revista. só deus sabe, mas você nunca vai deixá-lá❞⸺ ROBBERS; the 1975
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GISÈLE VINHA PENSANDO EM SUAS CASAS ANTIGAS ULTIMAMENTE DA MESMA FORMA QUE ALGUMAS PESSOAS PENSAVAM EM RELACIONAMENTOS ANTIGOS. Ela estava pensando nelas com uma mistura de nostalgia, às vezes saudade, mas também alívio por elas terem ficado para trás.
Havia a casa em Milton Keynes, onde tudo parecia grande e aberto, e os tetos eram mais altos do que provavelmente precisavam ser. Era o tipo de lugar que encorajava você a recuperar espaço, e quando criança, Gisèle se lembrava de coisas como usar os velhos patins de seu pai no corredor, correr pelos cômodos como se estivesse em algum tipo de maratona e brincar de brincadeiras bobas com seus irmãos quando eles fingiam que não podiam pisar no chão. Mas a abertura e o espaço também fazia com que parecesse frio demais; em um ponto o aquecimento interno realmente quebrou. Os invernos em Milton Keynes não eram muito mais terríveis do que em lugares próximos, como Kent ou Londres, mas naquela casa era ruim.
Então Gisèle se mudou para a casa em Belsize Park, que seus pais alugaram nos primeiros anos em que se mudaram para Londres. Era menor, mais apertada, um pouco como se espremer em um espaço pequeno, mas funcionou porque Henry iria para a faculdade em alguns meses e estava procurando um lugar para si por perto, enquanto Robbie faria o mesmo em dois anos. Daria e Gisèle dividiam um quarto, assim como Henry e Robbie, e River era jovem demais para se importar com o pequeno quarto em que ele tinha acabado no andar de cima. Mas o espaço em Belsize tinha charme, mesmo sendo antigo.
Então veio Camden. A casa em Camden era diferente, no entanto. Quando os pais de Gisèle se separaram e ela foi morar com a mãe, tudo em Camden parecia mais desorganizado. A casa não era grande, mas estava cheia. Havia coisas por todo o lugar - livros, discos, pinturas e a desordem de alguém que não conseguiu se convencer a jogar as coisas fora por mais que soubesse que precisava fazer justamente isso. Gisèle gostava. Do outro lado, a casa do pai dela perto de Highbury era o que ela conseguia imaginar que o espaço dele fosse morando sozinho mesmo. Mais perto do barulho dos pubs e do metrô. Era um pouco limpa demais, arrumada demais e vazia demais porque ele passava muito tempo fora. Gisèle passou muito tempo lá, embora ela tivesse realmente morado em Camden até que as coisas começaram a andar e ela se viu voando para os Estados Unidos para assinar o primeiro contrato. Mas essa era outra história.
