Meu amado - Paul lahote

II

Edward chegou à casa de Anne no Alasca, já sentindo a tensão acumulada nos ombros. Ele não queria incomodar sua sobrinha, mas sabia que precisava de ajuda. Anne estava em pé na porta, como se já soubesse que ele vinha.

- Então, o que aconteceu? - Anne disse, com um sorriso leve. - Não me diga que veio até aqui pra fugir de uma garota. Isso é coisa de adolescente.

Edward deu uma risada curta, meio sem graça.

- Não é só uma garota, Anne. Você não entende... o cheiro do sangue dela... Eu quase... bom, você sabe, né?

Anne revirou os olhos, se sentando ao lado dele no sofá.

- Ah, meu Deus, Edward, você está pirando mesmo. Isso é tipo, o que, a milésima vez que você quase perdeu o controle por causa de um cheiro? Eu já perdi a conta.

Edward olhou para ela, com uma expressão meio frustrada, meio desesperada.

- Eu sei. Mas dessa vez foi diferente. Ela... Bella, eu não consigo parar de pensar nela. Eu pensei que estava tudo bem, que eu poderia me controlar, mas... eu quase...

Anne suspirou, ajeitando os cabelos.

- Tá, olha só, você não é um idiota. Você sempre foi bom em se controlar, e agora, do nada, vai deixar uma garota te desestabilizar? Se acalma. Não será a última vez que você ficará nervoso por causa de alguém. Isso passa.

Ele ficou em silêncio por um momento, ainda se sentindo incompleto, mas ao mesmo tempo aliviado pela leveza de Anne.

- Mas e se eu acabar fazendo alguma besteira? E se ela acabar se machucando? - Edward disse, a preocupação ainda evidente em sua voz.

Anne o olhou com uma expressão divertida, mas ainda assim compreensiva.

- Você sempre faz isso, né? Se preocupa demais. Eu entendo, mas pensa bem: ela não vai morrer por causa do seu drama todo. Se você acha que não consegue se controlar, não se aproxima dela, simples assim. Mas se você acha que pode dar um passo à frente, fazer as coisas certas, então vai lá. Não vai ser o fim do mundo.

Edward balançou a cabeça, sorrindo de leve.

- Eu só não quero ser o cara que bagunça tudo de novo, sabe? Já fiz isso antes... com a minha família, com a Esme...

Anne deu uma risada abafada, cutucando ele de leve.

- Relaxa, velho. Eu tenho certeza de que você não vai se machucar ou fazer nada. Mas, olha, se você voltar pra Forks e aprontar algo, me avise antes. Vou comprar uma pipoca e assistir tudo de camarote.

Edward riu, mais tranquilo agora.

- Você é impossível, sabia? Mas obrigado, sério. Acho que só preciso de alguém para colocar tudo em perspectiva.

Anne deu de ombros, como quem diz "isso é o que sobrinha faz".

- Eu sei, eu sou demais. Mas é isso, você é meu tio, e o que mais eu posso fazer além de te mandar voltar lá e dar uma chance pra essa garota? Só não vai matar ela, tá?

Edward riu mais uma vez, sentindo-se um pouco mais leve. Ele sabia o que eu precisava fazer. Agora, era só seguir em frente.

- Vou tentar, Anne. Obrigado, de verdade.

Anne se declarou, indo até a porta.

- Não tem de quê. Agora vai lá e não faz nada muito estúpido. E, sério, se você me ligar pedindo conselhos de novo, eu vou rir da sua cara