XX

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Anne permanece em silêncio durante todo o caminho de volta ao caminhão. Sua postura era firme, quase impenetrável, mas Bella sabia o suficiente para perceber que algo estava errado. Mesmo assim, Bella também estava perdida em seus próprios pensamentos, lutando para entender a atitude cruel de Jacob.

Assim que chegou ao caminhão, Anne abriu a porta com um pouco mais de força do que o necessário, o som ecoando pelo ar parado. Ela se sentou no banco do passageiro, cruzando os braços e encarando a janela, evitando olhar para Bella.

– Anne... – Bella começou, hesitante.

– Não. Não agora – respondeu Anne, a voz baixa, mas compartilhou de uma dureza que Bella relatou ouvia nela.

O trajeto de volta foi silencioso, com apenas o som do motor do velho caminhão preenchendo o espaço. Bella sabia que Anne precisava de espaço, mas, no fundo, sentia-se culpada. Talvez Jacob estivesse certo sobre ela não pertencer ao mundo dele. Mas Anne... Anne não merecia ouvir o que ele disse.

Quando chegou à casa dos Cullen, Anne saiu do caminhão rapidamente, quase como se precisasse fugir. Bella a chamou, mas ela só acenou para trás sem olhar, correndo para o bosque atrás da casa. Bella ficou parada, sem saber o que fazer, mas decidiu dar-lhe o tempo que ela simplesmente precisava.

Anne correu até encontrar uma clara. Assim que parou, seu corpo cedeu, e ela caiu de joelhos na grama macia. Por fora, ela parecia tão forte, tão confiante, mas as palavras de Jacob ecoavam em sua mente como um veneno lento.

– "Você não é melhor do que eles." – A voz dele parecia repetir incessantemente.

Ela abriu os punhos contra o chão, apertando a terra fria sob seus dedos. Ela sabia que não deveria se importar. Sabia que Jacob estava irritado por raiva, talvez por dor. Mas, no fundo, aquilo a atingiu em um lugar vulnerável. Por mais que fosse parte da família Cullen, por mais que fosse amada por eles, ela nunca deixava de se perguntar se as pessoas a viam como... um monstruoso.

Lágrimas quentes escorreram pelo seu rosto, silenciosas, enquanto ela tentava os soluços que subiam por sua garganta. Ela odiava se sentir assim, quebrada, exposta. Mas era assim que ela era, no fundo – forte por fora, mas tão sensível quanto qualquer um por dentro.

– Eu não sou um monstro – sussurrou para si mesma, a voz quebrada. – Eu não sou.

Ela sentiu uma brisa leve, como se a floresta ao seu redor estivesse querendo confortá-la. Ficou ali por algum tempo, permitindo-se sentir a dor, porque sabia que, se a ignorasse, ela só cresceria. Depois de alguns minutos, respirou fundo, limpou as lágrimas com as mãos e se clamou.

Enquanto caminhava de volta para casa, algo dentro dela parecia diferente. As palavras de Jacob a feriram, sim, mas também lançaram uma determinação nova. Ela queria provar para si mesma – e para qualquer um que duvidasse – que ela era mais do que um híbrido. Mais do que uma criatura metade humana, metade vampira. Ela era Anne , e ninguém ia tirar isso dela.

Quando ela se mudou da casa, viu Bella esperando na varanda. Os olhos de Bella estavam cheios de preocupação, mas ela não disse nada. Em vez disso, abriu os braços. Anne hesitou por um momento, mas acabou cedendo, aceitando o abraço.

– Você é incrível, sabia? – Bella murmurou. – E Jacob... ele não merece nem um minuto do seu sofrimento.

Anne riu fraca, encostando

Meu amado - Paul lahoteOnde histórias criam vida. Descubra agora