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Depois da dolorosa despedida de Edward, a casa dos Cullen ficou em um silêncio pesado. Bella estava completamente em choque. Aquelas palavras ainda ecoavam em sua mente: "Eu não te amo mais." E mesmo que ela soubesse que era mentira, não conseguia processar o que estava acontecendo. Edward, a pessoa por quem ela sentia que sua vida tinha mudado de um modo que nunca imaginou ser possível, havia decidido ir embora, sem mais nem menos.

Anne, por outro lado, estava em um turbilhão de emoções. Ela ainda não acreditava que seu tio havia feito aquilo. Depois de tudo que haviam vivido juntos, depois de todo o apoio e os laços que tinham, ele simplesmente ia embora. A raiva queimava dentro dela, mas havia algo mais - uma sensação de impotência, de dor profunda. Como ele pôde abandonar Bella daquela maneira?

O som das portas se fechando indicou que a família Cullen estava partindo. Todos, menos Anne.

Anne ficou parada no meio da sala, olhando fixamente para a porta. Não queria ver mais nada, nem a situação que se desenrolava, nem a tristeza estampada no rosto de Bella. Ela queria gritar, queria socar qualquer coisa, mas sentia que tudo o que ela queria dizer estava preso em sua garganta.

- Eu vou ficar. - Anne murmurou para si mesma, mais como uma afirmação para garantir que, mesmo que o resto da família estivesse indo embora, ela não a deixaria sozinha.

Bella, que estava sentada no sofá, com as mãos no rosto, levantou o olhar, seus olhos avermelhados de tanto chorar. Ela viu Anne e a dor no rosto de sua melhor amiga, sentiu o peso do que estava acontecendo.

Anne deu um passo em direção a Bella e sentou ao seu lado, colocando a mão em seu ombro. Era uma tentativa silenciosa de oferecer consolo, mesmo que o mundo ao redor delas estivesse desmoronando. Bella olhou para Anne, ainda com a expressão vazia.

- Eles se foram... - Bella disse, tentando se manter firme. Mas as palavras saíram fracas, como se ela estivesse tentando processar o que acabara de acontecer. - Ele... disse que não me ama mais...

Anne sentiu uma raiva repentina, mas não era direcionada à Bella. Ela queria matar Edward por ter feito aquilo, por ter deixado Bella daquele jeito, sem nem olhar para ela uma última vez. Mas, ao mesmo tempo, sentia o vazio, a dor pela partida do tio, o qual ela considerava seu confidente, sua família.

- Não acredito que ele fez isso... - Anne falou com um tom de raiva e frustração. - Ele... ele não tem o direito de fazer isso com você, Bella. Não tem o direito de quebrar a gente assim, como se não tivesse acontecido nada...

Bella olhou para Anne, os olhos cansados, e sorriu fraco, mas não era um sorriso de felicidade, era um sorriso triste.

- Eu... eu não sei o que fazer. Como eu vou viver sem ele? - Bella murmurou, quase como se não estivesse esperando uma resposta.

Anne apertou a mão dela, querendo que sua amiga soubesse o quanto ela estava ali para ela.

- Você não vai precisar fazer isso sozinha, Bella. Eu não vou te abandonar. Você vai ter a mim, não importa o que aconteça. Não importa o quanto Edward tenha ido embora, eu estou aqui. - Anne disse com firmeza, suas palavras carregadas de sinceridade. - A gente vai dar um jeito nisso. Eu prometo.

Mesmo com todas as suas emoções turbulentas, Anne sabia o que era importante naquele momento: estar ao lado de Bella. A raiva e a dor de ver Edward indo embora podiam esperar. O que mais importava agora era que Bella não ficasse perdida em um mar de solidão.

Anne respirou fundo e olhou para Bella com um sorriso pequeno, tentando transmitir confiança. Ela não sabia como iria lidar com tudo o que estava acontecendo, mas sabia que poderia ajudar Bella a atravessar isso. Elas tinham uma conexão que era mais forte do que qualquer coisa que Edward pudesse ter dito ou feito. Juntas, elas enfrentariam qualquer coisa.

- Eu vou ficar aqui, e a gente vai superar isso juntas, tá? - Anne falou, a voz calma e acolhedora.

Bella finalmente olhou nos olhos de Anne e assentiu, com um leve sorriso em seu rosto. Não era o sorriso de antes, cheio de esperança, mas pelo menos era o começo de algo. Juntas, elas se manteriam firmes, não importa o quanto a dor fosse profunda.

Meu amado - Paul lahoteOnde histórias criam vida. Descubra agora