XIII

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NAOOOOOOOOOOOO DANDADAN NAOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO😭😭😭😭😭😭 estou de luto

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Tweek ON

Hoje é domingo, e eu não dormi absolutamente NADA. Os barulhos de sexo do andar de cima estavam tão altos que até Marjone, que dorme igual uma pedra, acordou. Se até ela ouviu, imagina o meu estado! Passei a noite inteira revirando na cama, desejando que um meteoro caísse naquele apartamento.

Além disso, eu estou oficialmente de luto. Esqueci de pintar meu cabelo ontem, no sábado, e só me dei conta agora de manhã. Como é que eu deixei isso acontecer? Eu nem sei mais quem sou. Por isso, decidi que hoje vou pintar meu cabelo de três cores. Isso vai expressar a minha dor e a minha indignação com o mundo.

Marjone me olhou da porta enquanto eu separava os produtos no banheiro.

— Tweek, você tá bem?

— Não, eu tô no fundo do poço, Marjone.

— Por causa do barulho ou do cabelo?

— OS DOIS!

Ela deu de ombros, acostumada com meu drama matinal, e voltou para o quarto dela. Eu só espero que pintar meu cabelo me traga paz espiritual. Se não trouxer, vou comprar uma peruca e sumir na floresta.

Falei e cumpri: pintei meu cabelo de três cores. Azul na franja, roxo no meio, e rosa nas pontas. Confesso que ficou incrível, mas não apagou as olheiras enormes que decoravam meu rosto graças àquela noite insuportável. Eu parecia um panda estiloso e exausto.

Estava no meu mundo, admirando o reflexo do meu novo visual no espelho, quando Marjone entrou no banheiro sem nem bater.

— Tweek, você tá pronto?

Eu franzi a testa, confuso.

— Pronto pra quê?

Ela bufou e cruzou os braços.

— Você não lembra? Hoje tem passeio escolar.

Fiquei paralisado por uns dois segundos, processando. Passeio escolar. No domingo. DOMINGO!

— O QUÊ? — gritei, sentindo minha alma se esvair. — Passeio? No domingo? Que tipo de monstro faz isso?!

— Eu avisei ontem — ela disse, revirando os olhos.

Não lembro disso. Definitivamente não lembro disso. Devia estar muito ocupado planejando meu luto capilar. Antes que eu pudesse reagir, meu corpo decidiu por mim: caí no chão igual uma pedra. Literalmente.

— Tweek! — Marjone começou a rir, mas veio até mim. — Você tá bem?

— Não. — respondi, minha voz abafada contra o piso. — Me deixa aqui. Talvez se eu fingir estar morto eles me deixem em paz.

— Anda logo, drama queen. O ônibus sai em uma hora.

Eu me arrastei de volta para o meu quarto, ainda indignado, enquanto Marjone ria. Passeio escolar no domingo? Isso era desumano.

Não entendi nada do que estava acontecendo. Primeiro, Marjone apareceu com um corretivo e começou a passar debaixo dos meus olhos sem nem me avisar. Fiquei olhando para ela, ainda sem entender muito bem o motivo.

— Pronto, ninguém vai notar suas olheiras agora — ela disse, satisfeita com o trabalho.

Eu só consegui olhar para ela, meio confuso.

— Marjone, o que você tá fazendo? — perguntei, tentando entender o que estava acontecendo.

Ela me ignorou, como se fosse a coisa mais normal do mundo, e continuou falando, como se tudo fosse uma grande novidade.

the constellations unite usWhere stories live. Discover now