Prólogo.

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Olá, querides! Como vão? Bom, após um tempinho off, decidi trazer para vocês uma nova história. Ela não vai ser longa, espero dar para elas umas 15 ou 20 capítulos no máximo, igual fiz com outras histórias aqui do meu perfil. É uma adaptação de uma novela que eu amo de paixão! Eu espero que vocês gostem!

Boa leitura!

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Irene ajustava a alça da mochila pela quarta vez enquanto observava o relógio de parede na pequena sala de estar. Os ponteiros pareciam arrastar-se, como se o tempo resistisse à partida. Na mesa, dois passaportes repousavam sobre uma pilha de guias turísticos e mapas de Paris, suas capas vermelhas reluzindo sob a luz suave do abajur.

— Amor, você viu onde coloquei as passagens? — Irene perguntou, sem desviar o olhar do relógio.

Seulgi estava em pé junto à janela, os dedos traçando distraidamente o contorno do batente. A mochila dela ainda estava encostada na parede, intocada. O reflexo no vidro mostrava uma Irene agitada, em contraste com sua própria figura imóvel.

— Estão no bolso da sua jaqueta — respondeu Seulgi, a voz baixa, quase apagada pelo zumbido do tráfego na rua.

Irene assentiu, tirando as passagens de onde Seulgi indicara. Ela colocou-as de volta sobre a mesa, bem em cima dos passaportes, e finalmente se virou para a namorada.

— Você já fez a mala? — Ela tentou soar casual, mas o leve tremor em suas mãos traiu a tentativa.

Seulgi não respondeu de imediato. Em vez disso, desviou o olhar para as malas abertas no chão, ainda sem fechar. Caminhou até a beirada de uma delas e começou a dobrar uma camiseta, mas logo parou, como se as mãos tivessem perdido a força.

— Não consegui escolher quais roupas levar — disse ela, sem olhar para Irene. — Ainda estou pensando.

Irene observou os movimentos lentos de Seulgi, a forma como ela evitava seus olhos, e sentiu um nó se formar na garganta. Ela deu um passo à frente, abrindo um sorriso que tentava ser encorajador.

— Escolha qualquer uma — sugeriu. — Lá, você pode comprar o que quiser. Paris é a capital da moda, lembra?

Seulgi sorriu de volta, mas o sorriso não alcançou seus olhos. Ela largou a camiseta sobre a mala e passou a mão pelos cabelos, bagunçando-os ainda mais.

— É só que... talvez devêssemos pensar melhor — murmurou, tão baixo que Irene quase não ouviu.

O coração de Irene saltou no peito. Ela deu um passo para trás, sentindo a distância entre elas crescer, como se a sala, de repente, se tornasse muito maior.

— Pensar melhor? — Ela repetiu, tentando manter a voz firme.

O som da campainha cortou o ar como uma lâmina, interrompendo a tensão que pairava na sala. Irene piscou, quase como se estivesse saindo de um transe, e desviou o olhar de Seulgi.

— Deve ser a Joy — disse, sem muita convicção, enquanto caminhava em direção à porta.

Seulgi ficou parada no mesmo lugar, observando Irene se afastar. Quando a porta se abriu, a energia vibrante de Joy invadiu o ambiente. Ela entrou com um sorriso largo, os olhos cheios de curiosidade e uma garrafa de vinho branco pendendo em uma das mãos.

— Agora sim, tudo vai ficar interessante — Joy anunciou, antes mesmo de cruzar a soleira. Ela puxou Irene para um abraço apertado e depois olhou diretamente para Seulgi. — E aí, queridas? Não me digam que estão empacotando até as risadas nas malas, porque aí é covardia!

Irene tentou sorrir, mas o gesto saiu tenso. Joy decidiu seguir em frente, com o mesmo ímpeto.

— Olha só, não me venham com essa de que a vida nova começa amanhã, porque o hoje ainda tem umas boas horas. E eu tô aqui pra garantir que a última noite em Seoul vai ser memorável — continuou Joy, erguendo a garrafa. — Tenho certeza de que a capital da moda vai sobreviver sem vocês por mais uma horinha ou duas.

Yours | SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora