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Lina respirou fundo, tentando ignorar a dor latejante em sua cabeça

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Lina respirou fundo, tentando ignorar a dor latejante em sua cabeça. A ressaca pesava em seu corpo, mas sua determinação no tatame era mais forte. Talvez não devesse ter saído na noite anterior, talvez devesse ter ficado no quarto, descansando. No entanto, ali estava ela, concentrada, porque naquele momento nada mais importava.

A última rodada seria um sorteio, e Lina sabia que isso definiria o desfecho de toda a competição em equipe. Desde o início, ela lutara sozinha, sem parceiro fixo, o que a deixava ainda mais tensa. Era o Japão. Uma equipe conhecida pela disciplina, precisão e técnica impecável.

O sistema da luta era simples: dois lutadores por vez, alternando com toques de mão. O objetivo? Marcar três pontos antes da troca. Sem pausas, sem descanso.

O nome de Lina foi chamado, e ela caminhou para o centro do tatame. Do outro lado, o primeiro oponente japonês já a esperava — um lutador alto, ágil, com postura impecável. O juiz deu o sinal, e a luta começou.

Lina avançou com rapidez, suas mãos firmes, bloqueando o primeiro ataque com um movimento preciso. O japonês recuou, estudando-a com olhos calculistas antes de avançar novamente. Eles trocaram golpes rápidos, precisos, mas ele conseguiu marcar o primeiro ponto com um chute na lateral do corpo dela.

Ela recuou, respirando fundo, a dor em sua cabeça se intensificando.

"Não importa" pensou "Foque. Concentre-se."

O japonês tocou na mão de seu parceiro, e um novo oponente entrou no tatame, trazendo uma energia renovada. Lina sabia que precisava reagir rápido.

Ela ajustou sua postura, lembrando-se dos ensinamentos de Cheng e Dre. Um movimento falso poderia custar a vitória. O oponente avançou, mas dessa vez ela estava preparada. Com um giro rápido, desviou e atacou, seu soco alcançando o alvo. O árbitro sinalizou o ponto. 1 a 1.

Sem pausa, o adversário tentou uma combinação de golpes, mas Lina se moveu com agilidade, bloqueando um após o outro. No momento certo, ela deslizou para baixo, girando e aplicando um chute baixo que desequilibrou o oponente. Outro ponto. 2 a 1.

Ela mal teve tempo de se recompor quando o terceiro lutador entrou, trazendo ainda mais intensidade. Ele não hesitou, atacando com uma série de golpes rápidos e agressivos. Lina defendeu o máximo que pôde, mas a dor de cabeça a atrapalhou. Um soco direto atingiu seu ombro, empurrando-a para trás e marcando o segundo ponto do Japão. 2 a 2.

O suor escorria por seu rosto, a respiração pesada. Ela olhou para o lado, vendo os rostos concentrados de seus senseis. Cheng fez um leve movimento com a cabeça, como se dissesse: Você consegue.

Com determinação renovada, Lina voltou ao centro do tatame. O adversário avançou, mas desta vez ela estava pronta. Desviou para o lado, girando o corpo com precisão, e aplicou um chute direto no abdômen dele. O impacto foi forte o suficiente para derrubá-lo no chão.

O juiz levantou a mão. Ponto final. Vitória de Lina.

O ginásio se encheu com aplausos, mas Lina apenas fechou os olhos por um momento, sentindo o alívio misturado ao cansaço. Ela havia vencido, sozinha contra uma equipe inteira.

Quando saiu do tatame, Dre e Cheng a esperavam com sorrisos satisfeitos.

— Você lutou bem, Lina. — Dre disse, dando-lhe um leve tapinha no ombro.

— Sabíamos que você tinha isso dentro de você. — Cheng acrescentou, cruzando os braços com orgulho.

Lina, ainda ofegante, olhou para os dois e sorriu cansada. Talvez tivesse feito escolhas erradas na noite anterior, mas ali, no tatame, ela sabia que estava no lugar certo.

O Cobra Kai tinha vencido a última luta, mas Tory não parecia nem um pouco animada. De onde estava, seus olhos seguiam Robby e Miguel conversando em um canto mais afastado. Lina percebeu o olhar distante da amiga e se aproximou.

— Tudo bem? — Lina perguntou, vendo Tory suspirar, ainda fixando os dois.

Tory balançou a cabeça, cruzando os braços.

— Eu pedi um tempo com o Robby... e hoje de manhã vi ele saindo do quarto da Zara. Eles estavam... se beijando.

O comentário deixou Lina em alerta. Ela já não gostava de Zara desde o momento em que a conheceu. Não era apenas a atitude superior que Zara carregava consigo, mas a forma como ela parecia pisar em todos ao redor. Lembrava Kwon demais para o gosto de Lina.

Como se atraída pelo assunto, Zara se aproximou naquele exato momento, o celular em mãos, aparentemente em uma live.

— E aí, meu esquadrão do karatê! — Zara cumprimentou de forma exagerada, parando ao lado delas. — Até as quartas de final e a rainha do karatê ainda não foi derrotada. Qual é o meu segredo? — Ela sorriu de forma falsa e lançou um olhar debochado para Tory. — Eu trabalho duro o dia inteiro... mas à noite, me divirto muito mais.

Tory estreitou os olhos e, num movimento rápido, arrancou o celular da mão de Zara.

— É verdade, o segredo da Zara é que ela é uma falsa vagabunda — Tory disse, com um sorriso afiado. — Que não liga para suas irmãs de karatê, a menos que seja para roubar o namorado delas.

Lina não conseguiu segurar uma risada, mas a expressão de Zara se fechou. Furiosa, ela tentou avançar para pegar o celular de volta, mas Lina foi mais rápida, pegando o aparelho antes que Zara conseguisse. Tory, por sua vez, segurou a rival pelos braços, impedindo-a de avançar novamente.

Lina levantou o celular, com um sorriso sarcástico.

— Oi, esquadrão do karatê. — Sua voz estava carregada de ironia. — Passando aqui para avisar que a rainha de vocês pode não ter perdido uma luta ainda, mas também não é imbatível. Eu estou no topo, e meu próximo objetivo? Colocar Zara no lugar dela.

Antes que Lina pudesse dizer mais alguma coisa, Zara conseguiu se soltar da mão de Tory e recuperou o celular, encarando as duas com ódio. Mas antes que pudesse reagir, a sensei Kim apareceu no corredor.

O olhar da sensei caiu diretamente sobre Zara, que se encolheu sob o peso da reprovação.

— Zara. Saia. Agora. — A voz da sensei era dura e definitiva.

Zara lançou um último olhar de raiva para Lina e Tory antes de se afastar.

Sensei Kim então se virou para Lina, os olhos frios e calculistas.

— E você. Pare com o que está fazendo. — Sua voz era baixa, mas carregada de autoridade. — E pare de distrair Kwon.

Lina manteve o olhar firme, desafiador.

— Não estou distraindo ninguém, sensei. Ele esta pronta para o torneio.

Kim estreitou os olhos, avaliando-a por um instante antes de virar as costas e sair.

Quando a sensei desapareceu pelo corredor, Lina e Tory se entreolharam.

— Foi divertido. — Lina murmurou com um sorriso, levantando a mão em um sinal de "ok" para Tory.

Tory retribuiu o gesto, rindo baixo.

— A melhor parte ainda está por vir... no tatame.

— Mal posso esperar. — Lina respondeu, determinada.

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⏰ Última atualização: 12 hours ago ⏰

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