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Na manhã seguinte, o sol iluminava o quarto de Lina, mas ela não tinha energia para enfrentar o dia

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Na manhã seguinte, o sol iluminava o quarto de Lina, mas ela não tinha energia para enfrentar o dia. Os lutadores haviam recebido três dias de folga antes da grande batalha final, e, mesmo assim, ela não sentia vontade de aproveitar. Seus olhos pousaram na cabeceira da cama, onde estava a foto que Kwon havia conseguido em um formato maior. Ele até comprara um quadro para ela.

A imagem parecia ganhar vida sob a luz do sol, o sorriso de Kwon tão genuíno que fazia algo apertar dentro dela.

Frustrada com a confusão de seus próprios pensamentos, Lina suspirou e saiu da cama. Pegou suas roupas e foi direto para o banheiro. A água quente escorreu pelo seu corpo enquanto ela tentava afastar qualquer resquício daquela imagem da cabeça. Mas, por mais que tentasse, ela não conseguia parar de imaginar como seria sentir aquelas mãos nele, tão firmes e determinadas quanto nos combates, mas com uma delicadeza que ela sabia que ele escondia.

Um barulho na porta a tirou de seus devaneios. Lina congelou por um instante antes de perceber que havia esquecido a toalha.

- Kwon! - gritou, sentindo a irritação borbulhar junto com o vapor. - Me traz uma toalha!

Alguns segundos de silêncio se passaram até que ela ouviu a porta do banheiro se abrir.

- Você vai ter que abrir o box. Não consigo te passar a toalha assim - disse a voz dele, mais próxima do que ela esperava.

Kwon estendeu a toalha pelo canto do box, mas seu olhar vacilou. As tatuagens no corpo de Lina estavam parcialmente visíveis entre as gotas que escorriam por sua pele, e o vapor embaçava os detalhes apenas o suficiente para fazer sua imaginação preencher o resto. O cabelo curto dela, molhado, grudava na testa e no pescoço, realçando ainda mais suas feições afiadas. Ele sabia que devia desviar o olhar, mas era como se estivesse hipnotizado.

Lina puxou a toalha rapidamente e se enrolou com eficiência, mantendo o máximo de dignidade possível antes de abrir o box. Mas, ao fazê-lo, encontrou Kwon ainda ali, encostado na porta com os braços cruzados.

- Pode sair - afirmou, tentando soar firme, mas o rubor em suas bochechas a traía.

- Só estava esperando ver se você precisava de mais alguma coisa - disse ele com um sorriso despreocupado, mas seus olhos pareciam diferentes. Havia algo ali que ela não via há anos: uma intensidade, um calor.

- Não, obrigada. Pode ir - rebateu, mas ele continuou imóvel.

- Já te vi de cabelo curto antes, mas... assim, molhado, é diferente - comentou, a voz mais baixa, quase rouca.

Ela estreitou os olhos, irritada.

- E isso é algo que você acha que precisa comentar?

Ele deu de ombros, um sorriso travesso no rosto.

- Só uma observação. Você mudou muito desde que te conheci. Não só o cabelo, mas tudo.

Ela bufou, puxando a toalha com mais força ao redor do corpo.

Broken Balance - KwonOnde histórias criam vida. Descubra agora