Hidden (Adaptação FayeYoko)

Martyr - Part. 02

Music on* La Romana - BadBunny& El Alfa

Demandou minutos...

O que não conseguiram traçar em anos, ou até mesmo meses, bastou poucos minutos para Yoko Apasra.

- A estrutura desse país é difícil, a inserção daquilo que é estrangeiro é impossível se levarmos a níveis coerentes. - Seu comentário chamou a atenção de Dayna que assentiu, não entendendo onde queria chegar, mas sabia que era um raciocínio em voz alta, Yoko estava se expressando gradativamente.

- Influências externas não seriam impactantes, vocês como mulheres de poder não se tornam nada na esfera de influência dentro desse país, o veneno é alimentado de dentro para fora e não o contrário, não basta que esteja longe e olhe sobre o ombro tentando ajudar, isso é improvável se o veneno não for implantado aqui dentro. - Ela ainda seguia sua linha de raciocínio impecável.

Astrid parecia cada segundo mais interessada, prestando atenção em cada respiração diferente que Yoko tinha ao falar.

- O país que representam é de extrema importância, e todas as mulheres de poder que se mostraram dispostas a emitir ao menos palavras públicas em apoio a Faye, também são cruciais nesse ciclo, mas estamos aqui invertendo as posições, o apoio antes do acontecimento é uma fodida precipitação, não se apoia aquilo que não existe. Faye ainda não é a política que eles querem que ela seja, sequer é uma figura pública ainda. ­ Uma ligeira pausa e seus dedos tocavam seu queixo, cerrando os olhos tão castanhos através das lentes de seus óculos em intelectualidade tentadora.

- Ela só conseguirá subir ao poder do país se deixar de ser uma exceção a unanimidade e se tornar a unanimidade. Caso contrário estamos aqui somente angariando antagonismos para ela. Ela precisa existir e ser notada, pelo bem ou mal nesse caso ao Egito pelo bem, ao exterior não há muitos filtros, o mundo ocidental é mais propicio a perdoar maldades e loucuras do que aqui. - Seus dentes morderam delicadamente a ponta de seu dedo ao levar a mão a boca.

- Ela já existe no Egito, é conhecida por onde passa, onde quer chegar com isso? - Astrid perguntou a Yoko que riu realmente convicta de sua idéia.

- E como a conhecem? Pelo mal é claro, muitos à temem em cada esquina porque ouviram os boatos que ela é uma assassina a sangue frio, que coleciona almas em suas costas, ao Egito, mesmo sendo uma suposição isso influencia diretamente nas decisões do povo, que ainda se mostram tão suscetíveis a reeleger Al Sisi por mais quantos anos forem, por medo, ou dúvida de que alguém seja páreo ao militar obstinado. Ela não se importa um pouco sequer para mudar a visão do povo sobre si, a honestidade que tem consigo mesma, não a faz tão política quanto deve ser diante de olhos tão maldosos, em páreo político escrachado. - Seu corpo se afastou da mesinha e ela enfiou as mãos nos bolsos de sua calça social, seus ombros erguidos, intimidava seu olhar tão convicto, era certo que Astrid conhecia Yoko pela primeira vez agindo daquela maneira.

- Não dá para construir uma personalidade se a mesma não opta por colaborar, ela não colabora em aspecto nenhum, e eu entendo que isso vem do fato dela não saber nada sobre o quanto queremos ajudá-la, e se souber nós sabemos onde isso vai dar, e não é positivo... ela nunca aceitaria nossa ajuda, sua ajuda então... - Astrid não previa nenhuma ação que fosse confiável o suficiente para ser seguida.

- Concordo que ela não deva saber, ela me doparia e colocaria em um avião sem nem pensar, eu a conheço o suficiente, eu sei sobre o quanto essa mulher tem convicção do mundo quando o assunto é proteger quem ela gosta, ou tem o mínimo de apreço. Mas uma personalidade não é somente moldada por atitudes expositivas, personalidade é aquilo que sente, ou com quem sente, com... quem se relaciona. - Yoko comentou mordendo o lábio inferior contendo o riso convencido. Ela sabia que havia encontrado a alternativa mais insana de suas vidas.