Os dias se tornaram uma mistura de tensão e momentos reconfortantes. O perigo ainda nos rondava, mas agora, com Rayssa ao meu lado, cada passo parecia mais firme. Ela era meu ponto de apoio, e eu era dela. Mesmo nos momentos de maior tensão, encontrávamos brechas para trocar sorrisos, olhares e toques que nos ancoravam à realidade.
"Vocês dois são um casal de velhos grudados," Júlia brincou enquanto caminhávamos pela floresta sombria. Rayssa estava ao meu lado, com o braço levemente encostado no meu.
"E vocês dois são fofoqueiros," Rayssa retrucou, mas havia um sorriso em seu rosto.
"Ah, é só inveja, Rayssa. Quem não gostaria de ter alguém pra ficar assim?" Felipe acrescentou, piscando para Júlia, que revirou os olhos.
Entre as provocações, Rayssa e eu trocávamos olhares cúmplices. A cada risada compartilhada, eu sentia o peso da situação diminuir, mesmo que por poucos segundos.
Quando finalmente encontramos um lugar seguro para descansar, Rayssa insistiu em montar o abrigo enquanto eu tentava acender uma fogueira. Era como se cada um de nós quisesse cuidar do outro, e isso não passava despercebido pelos nossos amigos.
"Vocês podiam pelo menos disfarçar," Júlia comentou, com um sorriso maroto, enquanto ajudava Felipe com as mochilas. "Mas sério, é bonito de ver. Vocês combinam."
Eu sorri, sem graça, e Rayssa apenas deu de ombros, sem largar a tarefa. "Se algo der errado, pelo menos teremos vocês para nos zoar até o fim," ela disse, mas havia uma doçura oculta em suas palavras.
Quando a fogueira finalmente iluminou o local, Rayssa sentou-se ao meu lado, e seus dedos buscaram os meus. Ficamos assim, em silêncio, observando as chamas dançarem. Felipe e Júlia, percebendo o momento, se afastaram para dar-nos privacidade.
"Você acha que eles estão começando a aceitar tudo isso?" perguntei, minha voz baixa.
Rayssa apertou minha mão. "Eles são nossos amigos, Isa. Eles só querem que a gente seja feliz. E, bom, eu sou feliz ao seu lado."
Meu coração apertou com as palavras dela, e antes que pudesse responder, ela se inclinou e encostou a testa na minha, fechando os olhos por um instante. Não importava o que estivesse lá fora — esse momento era só nosso.
Naquela noite, dormimos encostadas, com Rayssa segurando minha mão como se nunca fosse me soltar. E, por um breve momento, tudo parecia em paz.
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Rota para o desconhecido - Rayssa Leal
Teen FictionMistério, Sobrenatural e Romance Sinopse: Rayssa Leal, Isabela, Felipe Gustavo e Júlia Rosado são amigos desde a infância, mas o grupo se vê cada vez mais distanciado conforme o tempo passa. Quando uma antiga lenda sobre uma trilha misteriosa no cor...