O Alvo

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O rugido da criatura ecoou por todo o ambiente, fazendo o chão tremer sob nossos pés. Rayssa segurava firmemente o pedaço de madeira, seu corpo tensionado como se estivesse pronta para atacar a qualquer momento.

A criatura parou abruptamente, seus olhos vermelhos brilhando intensamente enquanto me encarava. Senti um frio percorrer minha espinha, como se suas garras invisíveis estivessem me envolvendo.

"Ela está me olhando..." murmurei, minha voz tremendo.

Rayssa se colocou ainda mais na minha frente, protegendo-me com o corpo. "Não vai acontecer nada com você, Isa," ela disse, a voz carregada de determinação.

A criatura inclinou a cabeça, quase como se estivesse nos estudando. Então, sua voz gutural e distorcida ressoou, preenchendo o silêncio.

"Ela é minha. Sempre foi."

Meu coração disparou. Felipe e Júlia ficaram paralisados, sem saber o que fazer. Rayssa, no entanto, deu um passo à frente, mantendo-se firme.

"Você não vai chegar perto dela," Rayssa disse, com uma fúria que eu nunca tinha visto antes. "Se quiser alguém, vai ter que passar por mim primeiro."

A criatura soltou uma risada baixa, sombria. "Você não entende, garota. Ela pertence a mim. Está ligada ao meu mundo. E eu a quero de volta."

Meus olhos começaram a encher de lágrimas. "Rayssa..."

"Isa, não escuta ele," Rayssa respondeu rapidamente, virando-se por um segundo para me olhar nos olhos. "Você não é dele. Nunca foi. Eu prometo que vamos sair disso juntas."

A criatura se moveu mais rápido do que qualquer um de nós poderia esperar, avançando em nossa direção. Rayssa reagiu instintivamente, balançando o pedaço de madeira com toda a força que tinha. O impacto fez a criatura recuar momentaneamente, mas não por muito tempo.

"Corra, Isa!" Rayssa gritou, mas eu não conseguia me mover. Minhas pernas estavam paralisadas pelo medo.

Júlia e Felipe tentaram me puxar, mas a criatura se recuperou e avançou novamente, estendendo uma mão monstruosa em minha direção.

Rayssa gritou e, sem hesitar, se jogou na frente da criatura. O impacto a jogou para o lado, mas ela rapidamente se levantou, seu olhar nunca deixando o monstro.

"Você não vai levar ela!"

O ambiente parecia encolher ao nosso redor, e eu senti como se estivesse sendo puxada para outro lugar, para o mundo que a criatura chamava de lar. Mas, mesmo com o medo me consumindo, havia algo que me mantinha ancorada: Rayssa.

Ela não ia desistir. E, por mais que o terror fosse esmagador, eu também não iria.

Rota para o desconhecido - Rayssa LealOnde histórias criam vida. Descubra agora