Noite sem fim

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Quando eu e Rayssa estávamos dormindo juntas, ela acordou de repente. Suas mãos ainda estavam entrelaçadas nas minhas, mas algo havia mudado. Seu corpo ficou tenso, e seus olhos percorreram o quarto rapidamente. A atmosfera estava estranha, densa, como se algo invisível nos observasse.

Ela apertou minha mão suavemente antes de me sacudir de leve.

"Isa, acorda," ela sussurrou, a urgência em sua voz era palpável.

Meus olhos se abriram lentamente, e eu vi o olhar preocupado dela me encarando. "O que foi?" perguntei, minha voz ainda grogue.

"Tem algo errado," Rayssa respondeu, puxando-me para sentar. "Você não sente? O ar está... estranho."

Antes que eu pudesse responder, um som baixo, gutural, ecoou do lado de fora. Era como um lamento, algo que fez minha pele se arrepiar instantaneamente.

"Rayssa, o que é isso?" minha voz tremia, e eu automaticamente me aproximei dela.

Ela não respondeu. Ao invés disso, levantou-se, ainda segurando minha mão, e me puxou com ela. "Precisamos acordar os outros."

Os outros acordam

Felipe e Júlia despertaram ao som das nossas vozes, seus rostos cheios de preocupação. O barulho lá fora não cessava, crescendo em intensidade.

"Vocês ouviram isso?" Felipe perguntou, esfregando os olhos enquanto se levantava.

"Tem alguma coisa lá fora," Rayssa explicou rapidamente. "E não é só o vento."

Júlia foi até a janela, mas recuou rapidamente, com os olhos arregalados. "Eu vi... algo se mexendo entre as árvores. Não é humano."

Meu coração disparou, e senti minhas mãos começarem a suar. Rayssa percebeu e apertou minha mão com mais força. "Vai ficar tudo bem," ela disse suavemente, mas eu conseguia sentir o nervosismo escondido por trás de suas palavras.

Um golpe forte atingiu a porta, fazendo todos nós congelarmos no lugar.

"O que foi isso?" Júlia perguntou, a voz quase inaudível.

Outro golpe, mais forte dessa vez. A madeira rangeu sob a pressão.

"Todo mundo se mantém junto," Rayssa disse com firmeza. Ela se posicionou na frente, e eu fiquei atrás dela, agarrando sua camisa como se minha vida dependesse disso.

A ameaça se aproxima

O golpe final explodiu a porta, e uma criatura monstruosa entrou, seus olhos brilhando com um vermelho intenso. Sua forma era indefinida, mas sua presença era esmagadora.

Felipe e Júlia gritaram e se afastaram rapidamente, mas eu não conseguia me mover. Meus pés estavam colados ao chão, e tudo que eu podia fazer era me agarrar a Rayssa ainda mais.

"Fique atrás de mim," ela disse sem olhar para mim, sua voz baixa, mas cheia de determinação.

A criatura avançou lentamente, e Rayssa levantou uma arma improvisada — um pedaço de madeira que ela segurava com as duas mãos. O ambiente estava tomado por uma tensão insuportável.

Eu sabia que estava com medo, mas a presença de Rayssa era tudo que me impedia de desmoronar completamente.

"Você não vai tocar nela," Rayssa disse, os olhos fixos na criatura.

A criatura rugiu, e naquele momento, eu soube que a batalha estava apenas começando.

Rota para o desconhecido - Rayssa LealOnde histórias criam vida. Descubra agora