Entre conversas e conexões

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Nos dias seguintes, Júlia e Rayssa continuavam a se aproximar de mim, cada uma do seu jeito. Júlia era calma, serena, sempre oferecendo um ouvido atento e um sorriso gentil. Ela parecia entender cada nuance do que eu estava sentindo, mesmo quando eu não conseguia colocar em palavras.

Rayssa, por outro lado, era pura energia. Cada encontro com ela era cheio de risadas, conversas animadas e pequenos gestos de carinho. Ela tinha uma luz própria que iluminava qualquer ambiente, e estar perto dela fazia com que tudo parecesse mais leve.

Numa tarde ensolarada, Rayssa me chamou para o parque. Ela insistiu que precisávamos de um tempo ao ar livre para "arejar a cabeça". Assim que chegamos, ela pegou seu skate e começou a mostrar algumas manobras, enquanto eu observava de uma sombra próxima.

"Vem, Lanna! Tenta pelo menos ficar em cima do skate," Rayssa disse, me oferecendo a mão.

"Eu? Em cima disso? Tá brincando, né?" Respondi, rindo nervosamente.

Ela se aproximou com aquele sorriso que era impossível de resistir. "Eu prometo não deixar você cair."

Relutante, aceitei a mão dela e subi no skate. Rayssa me segurou firme, suas mãos em minha cintura, e mesmo que o momento fosse simples, meu coração bateu mais rápido do que deveria.

Depois de alguns minutos de tentativa e erro, ela riu. "Tá vendo? Você já tá melhor do que eu quando comecei."

"Duvido," respondi, rindo junto.

Quando o sol começou a se pôr, nos sentamos na grama, observando o céu se tingir de laranja e rosa. Rayssa estava mais tranquila, o rosto iluminado pela luz dourada do fim de tarde.

"Você gosta daqui, Lanna?" Ela perguntou, depois de um longo silêncio.

"Sim, é um lugar bonito," respondi, mas havia algo na pergunta dela, um subtexto que eu não consegui decifrar.

"Eu gosto de ter você por perto," Rayssa disse, com a voz mais suave do que eu esperava. Ela olhou para mim, e por um momento, tudo pareceu parar.

Antes que eu pudesse responder, meu celular vibrou com uma mensagem. Era Júlia, perguntando se eu queria encontrar com ela para estudar naquela noite.

Eu olhei para Rayssa, que sorriu, mas havia algo nos olhos dela — talvez uma faísca de desapontamento, mas também compreensão.

"Vai lá, não deixa ela esperando," Rayssa disse, levantando-se e estendendo a mão para me ajudar a levantar.

Enquanto me afastava, senti meu coração dividido entre as duas, cada uma conquistando um pedaço diferente de mim. E no fundo, eu sabia que eventualmente teria que escolher.

A briga entre corações- Rayssa LealOnde histórias criam vida. Descubra agora