O peso da dor

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Quando voltei a mim, estava deitada no sofá. Minhas roupas estavam encharcadas de suor, e Rayssa segurava uma toalha úmida na minha testa.

"Ela tá voltando," Rayssa disse, a voz trêmula. Mas o alívio durou pouco. Minha mente ainda estava presa no caos.

"Não..." eu gemi, minhas mãos ainda tremendo. O pânico voltou com força total, e comecei a me arranhar de novo, desta vez nas coxas. Rayssa rapidamente segurou minhas mãos, agora chorando abertamente.

"Por favor, para, Lanna! Você tá me matando assim!"

Arthur, o irmão mais novo de Rayssa, observava tudo com os olhos arregalados, abraçado a um travesseiro. "Por que ela tá tão triste, Rayssa? Ela vai ficar bem?"

"Vai, sim, Arthur," Rayssa respondeu, mesmo que sua voz não soasse tão convincente.

Haroldo andava de um lado para o outro, claramente à beira de um colapso próprio. "Eu não vou ficar aqui parado. Vou ligar para a emergência, sim!"

"Haroldo, não!" Lillian repreendeu, mas ele já discava. Rayssa se levantou rapidamente e arrancou o celular das mãos dele.

"Pai, cala a boca! Você não tá ajudando!" ela gritou, tremendo de raiva.

"Lanna precisa de calma, não de sirenes e paramédicos invadindo a casa!"

"Lanna precisa de ajuda, Rayssa!" Haroldo retrucou.

"Ela precisa de mim!" Rayssa gritou de volta, e dessa vez sua voz quebrou.

Enquanto os dois discutiam, Lillian ficou ao meu lado, falando suavemente, tentando me trazer de volta. "Querida, tá tudo bem. Não importa o que os outros digam, você está aqui, com quem te ama. Você e Rayssa têm o direito de serem felizes, e eu estou aqui para apoiar isso."

As palavras dela eram gentis, mas o caos na minha mente era uma tempestade impossível de domar. Comecei a chorar novamente, mas agora era diferente. Era um choro sufocado, onde o ar mal entrava nos pulmões.

"Ela tá sufocando de novo!" Rayssa voltou ao meu lado, tentando me fazer respirar devagar. "Lanna, olha pra mim, só pra mim, tá? Eu tô aqui."

Arthur, mesmo assustado, se aproximou com um copo de água. "Toma isso, Lanna. Minha professora sempre diz que água ajuda a gente a ficar calmo."

Eu tremi, mas não consegui segurar o copo. Rayssa pegou e colocou nos meus lábios. "Bebe um pouco, amor, só um gole."

Eu consegui tomar um pequeno gole, mas continuei tremendo. Rayssa, então, sentou-se ao meu lado e me envolveu em um abraço apertado, pressionando minha cabeça contra seu peito.

"Respira comigo," ela sussurrou, o rosto molhado de lágrimas. "Você vai sair dessa, eu prometo."

A briga entre corações- Rayssa LealOnde histórias criam vida. Descubra agora