Confrontos e confortos

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O ambiente estava tenso. Pedro e Júlia tinham vindo até a casa da Rayssa para conversar, mas desde que entraram, Rayssa mal conseguia disfarçar sua raiva. Eu, ainda me sentindo frágil, não soltava o braço dela por nada. Meus dedos estavam entrelaçados nos dela, e eu descansava a cabeça em seu ombro, tentando buscar calma naquele porto seguro que Rayssa era para mim.

"Vocês acham mesmo que pedir desculpa resolve tudo?" Rayssa disparou, o tom de voz mais alto do que o normal.

"Ray, a gente não sabia que ia causar tudo isso..." Júlia tentou explicar, a voz calma, mas cheia de culpa.

Pedro parecia desconfortável, olhando para o chão, mexendo nas mãos. "A gente só queria entender o que tava acontecendo."

Rayssa deu um passo à frente, mas minha mão apertou a dela, pedindo que não fosse tão dura. Ela parou por um momento, mas não se conteve:

"Entender? Vocês expuseram a gente pra todo mundo! E olha só o que aconteceu com a Lanna!" Rayssa falou, apontando para mim.

Eu me encolhi um pouco mais contra ela, sentindo os olhares em mim. Júlia e Pedro pareciam arrependidos, mas eu sabia que Rayssa não ia se acalmar tão facilmente.

"Tia Lillian, fala alguma coisa!" Rayssa pediu, frustrada.

Lillian, que estava encostada na parede da sala, suspirou profundamente e caminhou até nós. "Rayssa, eu entendo sua raiva, mas gritar não vai resolver nada. Pedro e Júlia estão aqui porque se importam com vocês."

Rayssa bufou, mas não respondeu. Lillian se sentou ao nosso lado e olhou para mim com carinho. "Lanna, querida, como você está se sentindo agora?"

"Melhor... um pouco," murmurei, minha voz fraca.

Eu sentia a dor de Júlia e Pedro, mas ainda não conseguia falar sobre o que estava acontecendo. Rayssa percebia isso e parecia absorver toda a raiva por mim.

Arthur apareceu na sala, observando tudo com curiosidade. Ele não entendia completamente a situação, mas parecia perceber a seriedade do momento. "Vocês brigaram feio?" ele perguntou inocentemente.

"Não é bem isso, Arthur," Lillian respondeu, tentando manter um tom tranquilo.

Arthur se aproximou e se sentou ao meu lado, sorrindo de leve. "Você gosta muito da Rayssa, né, Lanna?" ele perguntou, com a simplicidade de uma criança.

Eu corei, mas não consegui evitar um sorriso tímido. Rayssa olhou para ele com carinho. "Arthur, agora não é hora..."

"Mas vocês sempre ficam de mãos dadas," ele continuou, sem perceber o desconforto no ambiente.

Júlia e Pedro esboçaram pequenos sorrisos, e Lillian riu baixinho. Arthur sempre tinha o dom de aliviar a tensão, mesmo que sem querer.

No fundo, eu sabia que, apesar do clima pesado, todos estavam aqui porque se importavam. E isso, de certa forma, me confortava. Mesmo que ainda houvesse mágoas, talvez, com o tempo, as feridas começassem a cicatrizar.

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⏰ Última atualização: 12 hours ago ⏰

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A briga entre corações- Rayssa LealOnde histórias criam vida. Descubra agora