Capítulo 33: Um Monarca Egocêntrico

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POV: KATRINA

Abro os olhos e não sei onde exatamente eu estava, parecia um mundo distópico e fora do comum. O ambiente que Sérgio me obrigou a entrar parecia uma sala de reuniões, onde vários homens estavam sentados e discutiam algo que eu não estava prestando atenção, mas o homem asqueroso no qual eu tive o desprazer de saber que era da mesma família que eu estava sentado junto com eles, tinha uma expressão tediosa enquanto outro narigudo falava sem parar.

—E isso seria uma ótima oferta para a população, aumentamos lucros enquanto damos falsas esperanças para os pobres.— O narigudo diz empolgado, esperando aplausos, mas não veio.

—O prefeito já sabe dessas ofertas inútil e vazias senhor Matos, aliás todo mundo sabe disso porque você sempre trás fatos lixos e sem originalidade.— Um dos engravatados responde com agressividade, deixando o narigudo calado e de cabeça baixa. —Precisamos de algo que chame a atenção, algo que a população veja o prefeito Chen como melhor que imperial já teve!

Eu ando ao redor da mesa e ao redor dos engravatados mauricinhos, tão hipócritas quanto o homem que colocaram no poder, sem saber da escória e da sujeira que Sérgio faria. Era um monarca egocêntrico, e muito perigoso.

—Eu já disse a minha proposta e sei o que eu quero desde o início que eu pus os pés nessa prefeitura e nessa cidade lixosa que de boa só tem as cavernas subterrâneas das florestas.— Sérgio levanta a voz e todos ficam imediatamente em silêncio, ele massageia as têmporas.

—Mas senhor, uma invasão a terras indígenas faria um grande impacto na população. Devo dizer que até atrairia olhares negativos contra o senhor.— O mesmo homem que gritou com o narigudo voltou a dizer.

—Eu pouco me importo para olhares negativos Martins, eu quero detonar tudo ao meu redor, principalmente os originários que já deveriam ter acabado na época de Pedro Alvares Cabral.— Ele diz com ódio e eu sinto nojo imediatamente, como pode um homem tão minoria quanto os indígenas ser tão podre de caráter. —E as terras que eles possuem são minhas! Eu sou o dono deste lugar, e eu quero elas de volta.

—É verdade, o prefeito Chen tem direito a todos os cantos dessa cidade.— Um homem se levantou e aplaudiu, os outros baba ovos também se levantaram e puxaram todos palmas para o bastardo do chinês ridículo a frente deles.

Tudo se distorceu de repente e eu já estava em outro lugar, no carro do ridículo enquanto ele olhava com prazer todos os militares invadindo alguma terra que não pertencia a ele, escuto gritos e vejo muito sangue, era torturante e horrível o que ele fez. Um indígena veio correndo de algum lugar e parecia exatamente o que iria fazer, pois mirou a flecha pontuda com ódio e lançou em direção ao carro de Sérgio, a flecha pegou estrategicamente em sua garganta, espirrando sangue por todo o carro. O corpo morto caiu no banco de trás do carro onde ele se encontrava, o indígena corajoso logo foi morto por uma bala na cabeça por um dos seguranças que protegiam o carro.

—O prefeito Chen foi assassinado por um dos originários do local.— O motorista começa a gritar com outras pessoas, olhando desesperadamente para Sérgio, que ainda estava acordado e tentava falar.

—Estanca o sangue seu animal! E você está esperando o que seu motorista de merda? Avança esse carro para o hospital mais próximo, anda!— Um dos seguranças grita para dois homens e um grande caos se forma dentro do carro.

Muitos homens estavam em cima de Sérgio, tentando estancar o sangue de seu pescoço que jorrava para todos os lados sujando seu terno e o dos seus companheiros, quando chegou ao hospital foi atendido rapidamente mas já estava sem vida. A notícia do óbito foi anunciada para toda a população, o choque foi bastante pois não fazia nem seis meses que ele estava como prefeito, alguns conservadores ficaram tristes e a maioria de Imperial agradeceu aliviado por um demônio finalmente voltar para o inferno.

As Sombras da Mata- OS VITURINOS [LIVRO 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora