7 de janeiro, de 2001
Imperial, Rio de JaneiroDeixei tudo organizado para poder Juliana ficar na birosca enquanto eu tirava um tempo para ir na casa de Thierry, eu mandei mensagem para seu número e ele me passou seu endereço, era um pouco afastado de onde eu morava mas sabia exatamente a rua, pelo menos não me perderia.
Coloquei minha mini saia e uma blusinha apertada e de alças, meu cabelo estava preso com uma presilha e passei uma maquiagem leve, uma havaiana no pé e pronto. Avisar a minha mãe que eu iria para a casa de alguém que eu conhecia a pouco tempo não foi nada fácil, porém, ela deixou sem muito esforços e me fez prometer que eu atenderia todas as suas ligações.
Quando cheguei, observei o número da casa e a estrutura dela, era uma simples de apenas um andar, de tijolos e telhas de cerâmica. O muro e o portão eram pintados de branco, contendo apenas o número da casa e uma campainha. Aperto um pouco incerta de ter errado, um barulho alto ecoou dentro da casa e logo depois escuto passos vindo em direção ao portão.
Uma garota atendeu a porta, ela era menor que eu e obviamente tinha a pele vermelha como o Thierry, eles até se pareciam. Ela tinha um cabelo enorme, passando de seu quadril e preto como a escuridão, seus olhos puxados e seu rosto delicado me observavam com muita curiosidade.
—Desculpa, o Thierry mora aqui?— Pergunto um pouco tímida, a garota afirma com a cabeça rapidamente e me dá espaço.
—Ele está tomando banho, me pediu para abrir quando você chegasse.— Ela sorriu tão tímida quanto eu e me chamou com a mão para entrar. —Pode ficar a vontade, eu sou a Artemisa, irmã dele.
—Eu sabia que você era alguma coisa da família, vocês se parecem bastante.— Entro ainda tímida e ela fecha o portão com um sorriso retraído.
—Todo mundo fala isso.— Ela anda na frente e eu aproveito para observar melhor.
A entrada tinha uma pequena varanda coberta, com uma porta de madeira simples e janelas de vidro com moldura de alumínio, quando entramos havia uma sala de estar com sofás, televisão de tubo e alguns móveis em madeira. O lugar transmitia uma energia muito igual à da minha casa e eu automaticamente me sentia confortável e segura. Na parede tinha uma grande moldura de dois indígenas juntos, uma tinha enormes cabelos e franja brancas, sua pele era tão branca quanto, já o homem tinha pele amarela como os raios solares, seu cabelo também era vermelho e tinha um cocar grandioso na cabeça.
—É a Jaci e o Guaraci, Deus do sol e Deusa da lua.— Artemisa diz com um sorriso quando me pega observando a moldura. —Fazem parte da mitologia indígena.
—São muito bonitos, transmiti uma paz muito grande.— Respondo ainda olhando, me remetia a algo e quando tento lembrar minha cabeça dói, coloco a mão na cabeça com um resmungo.
—Você está bem?— Ela me pergunta com preocupação e eu balanço a cabeça.
—Sim, é só uma dor de cabeça, você poderia me dar um pouco de água?— Pergunto educadamente e ela me pede para segui-la até a cozinha.
O local não era muito diferente da minha casa, com armários de fórmica, fogão a gás, e um frigorífico antigo. Pelas janelas da cozinha eu conseguia enxergar um quintal pequeno, com uma área de serviço ao ar livre para lavar roupas. Artemisa pega um copo e coloca água, logo me entregando.
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As Sombras da Mata- OS VITURINOS [LIVRO 1]
FantasyLIVRO 1 DA SAGA: OS VITURINOS Zanaina Viturino viveu toda a sua vida sendo uma ótima viajante do tempo: salvando pessoas, cumprindo profecias, abandonando pessoas importantes e conhecendo as épocas e seus desafios de sobrevivência. Agora Zanaina de...