O infortúnio muitas vezes traz consigo trauma e medo, até mesmo solidão. Sakura estava passando por um drama, um acidente fez com que sua rotina mudasse completamente. A dor da perda e os sentimentos confusos da separação tiraram o brilho e a imagin...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
🥀
Uma expressão inquietante revelava no mais raso dos seus olhos a destruição que o dilacerava de dentro para fora. Nas extremidades da linha dos seus olhos, via-se uma trilha que uma lágrima após a outra fez pela sua pele. Uma tristeza que poderia facilmente comover o primeiro animal que visse.
Meu irmão estava em uma guerra silenciosa consigo mesmo e, embora seus olhos estivessem fixos em um ponto qualquer daquele quarto, era visível que estava em outro plano. Talvez em um mundo carregado com os seus pensamentos.
Aproximei-me dele, fazendo com que se sentasse na cama, agora que os médicos organizaram os aparelhos derrubados por ele mesmo. Deixaram o local, restando apenas nós dois e um misto de silêncio.
Meu peito não deixava de estar acelerado, cheio de aflição e curiosidade. Não faz muito tempo que Haruno deixou o quarto em um estado não muito diferente, entretanto, estava mais perceptível, era visível que estava devastada.
Apesar da minha curiosidade, envolta de uma preocupação, contive-me a fazer qualquer pergunta. Mesmo que estivesse com um coração partido ou algo parecido, havia algo maior que deveríamos discutir agora.
Esperei que ele mesmo quebrasse aquela barreira impermeável que nos deixava acumular sentimentos e pensamentos. Observei o momento em que se acomodou na cama, fazendo esforço para não sentir tanto incômodo pela dor dos ferimentos.
⏤ Vá atrás da Sakura. ⏤ Senti as linhas se formarem entre as sobrancelhas. Era uma ordem?
É o que me diz assim que me encontra? Não me fez perguntas nem mesmo me deu a chance de fazê-las.
⏤ O que aconteceu, Sasuke?
⏤ Ela foi embora, não foi? Preciso que a acompanhe até em casa. ⏤ insistiu firme.
⏤ Sim, eu entendi, mas não posso deixá-lo aqui nesse estado. Precisamos falar sobre o que aconteceu com você.
Ele era fácil demais de se ler, sua expressão era tão exposta quanto uma árvore de Natal com muitos pisca-piscas em volta. E desde o momento em que entrei nesse quarto, seus olhos finalmente me encararam e apesar da tristeza existente, uma fúria incendiava suas íris.
⏤ Teremos tempo para falar disso. ⏤ Apertou os lençois, os nós dos seus dedos ficando brancos no processo. ⏤ Tempo o suficiente para eu descobrir quem foi o desgraçado que acabou com o meu carro.
Era hilário que, em meio ao que ocorreu, ele realmente estivesse pensando em uma coisa tão trivial como o seu carro.
⏤ Realmente está preocupado com o carro, quando alguém simplesmente quis te matar?
⏤ Ele não quis me matar.
⏤ Não? O bandido disparou contra você! Tá na cara que ele quis te matar, irmão! ⏤ Exclamei, expressando minha indignação diante das suas palavras.