O infortúnio muitas vezes traz consigo trauma e medo, até mesmo solidão. Sakura estava passando por um drama, um acidente fez com que sua rotina mudasse completamente. A dor da perda e os sentimentos confusos da separação tiraram o brilho e a imagin...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
🪷
Tão frio, mas tão quente...
Meu corpo se contorcia com o vento soprando em meu rosto, a friagem reagia por todo o meu corpo coberto pelo fino casaco de tricô. Os nós de meus dedos se apertavam no tecido, a minha pele se torna pálida naquela região. Apesar de tão frio externamente, meu interior e meu peito estavam aquecidos, não lembro-me da última vez que o senti dessa maneira. Vejo a escuridão no segundo em que meus olhos se fecham, meu pescoço pede descanso e logo o peso de minha cabeça é aconchegado pelo encosto do banco de couro, também gelado.
Apesar de pouco tempo de amizade, sinto que nos últimos dias ficamos bem próximos, tão próximos que realmente me deixei desabar daquela forma em seus braços. Sinto que meu corpo se sente protegido ao estar com ele, eu deveria me preocupar com esse sentimento, deveria mesmo, porém eu quero me sentir protegida, eu quero que ele faça eu me sentir assim novamente.
Sinto o tremor permear meu corpo e meu peito se aperta ao cogitar em abrir os olhos e ver que isso tudo não passa de uma cena de mais um de meus livros românticos. Seria doloroso abri-los e acordar de uma imaginação tão boa.
Mas, me permito fazer, meu rosto vira e posso sorrir ao vê-lo concentrado na estrada à sua frente. Seus cabelos poucos compridos insistiam em ir para os seus olhos, e isso resultava em um Uchiha bufando. Ele novamente retira os fios da frente e como uma criança birrenta, eles retornam ao lugar.
Eu vejo seus ombros moverem lentamente em uma respiração funda e logo ouço o seu ar ser liberto de maneira impaciente. Sasuke apoia seu cotovelo esquerdo na janela do carro e segura os fios no topo da cabeça, enquanto sua outra mão conduzia o carro.
O tremor se espalha por todo o meu corpo, evito o som espalhafatoso de minha risada, porém, era inevitável não demonstrar minha graça. Seus olhos me encontram e posso ver sua expressão confusa com uma sobrancelha erguida. Levo minhas mãos em direção a boca enquanto meu corpo derretia em uma risada quase infinita.
⏤ Do que está rindo, Haruno? ⏤ Indaga agora estampado uma feição tediosa.
Tento respodê-lo, mas meu corpo estava rendido em risadas as quais eu não conseguia esconder. Nunca pensei que iria cair em uma crise de risos por algo tão bobo.
⏤ De você. ⏤ Revelo, em meio as risadas, fazendo minha barriga doer com a constância delas.
⏤ De mim? Eu sou um palhaço pra você, Haruno? ⏤ Indaga, e meus olhos embaçam me tirando a imagem impecável de sua sobrancelha erguida e o rosto tomado em uma indignação.
⏤ Você... ⏤ Pauso, ao respirar fundo limpando as lágrimas nos cantos. ⏤ tinha que ver a sua cara. Estava parecendo uma criança birrenta, fez até um biquinho. ⏤ Minhas risadas retomam e dessa vez eu não as contenho.
