O infortúnio muitas vezes traz consigo trauma e medo, até mesmo solidão. Sakura estava passando por um drama, um acidente fez com que sua rotina mudasse completamente. A dor da perda e os sentimentos confusos da separação tiraram o brilho e a imagin...
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Meus olhos se abriram com dificuldade, mesmo que relutante, e ao olhar ao redor, especialmente para o meu lado, uma pergunta surgiu: quão louco eu estava para ter tido um sonho tão vívido? E se não se tratou de um sonho, por que ela não está aqui comigo agora? Embora parte do que aconteceu tenha sido responsabilidade minha, não pude evitar a sensação de me sentir como uma puta que acabou de ser usada. Afinal, lembro-me muito bem de tê-la em meus braços antes de adormecer.
Ela não estava ali, e nada dela permanecia além do perfume que, eu sabia, não desapareceria tão cedo daquele quarto e dos lençóis, assim como as memórias dos seus beijos e das nossas carícias não se apagariam da minha mente. Estendi o braço para o espaço vazio dos lençóis desordenados que antes ela estava. Passei a mão pelo rosto, seguindo para os cabelos, refletindo sobre qual direção aquilo tomaria, mas que, dependendo de onde tudo isso fosse, eu não me importaria se, ao final, ela permanecesse ao meu lado.
Juntei forças e me coloquei sentando na cama, sentindo contato do chão frio, ouvindo os burburinhos no primeiro andar. Todos pareciam bem empolgados e me pergunto que horas já seriam naquele exato momento, por quanto tempo dormi?
Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios, lembrando o quão reparador foi o sono quando ela adormeceu em meu peito, após eu ter feito ela se derreter em meus dedos. Recordar suas expressões e a maneira suave como ela quase sussurrava meu nome me aquece por dentro, como uma chama que queima rapidamente.
Merda, Isso é pervertido pra cacete, Sasuke.
Esfreguei meu rosto novamente, dessa vez com as duas mãos, encarando a fina cortina. Eu realmente disse o que disse? Nada daquilo foi uma alucinação ou a porcaria de um sonho, eu disse que eu a queria, e para a minha surpresa, ela não pareceu incomodada com nada.
⏤ Cacete, que merda é essa? ⏤ Ponho a mão no peito quando eu o sinto acelerado. ⏤ Sakura vai acabar me matando.
Levanto-me, ignorando por estar tão empolgado por apenas lembrar dela e sigo para fora do quarto, sem me importar de estar sem camisa. Encontrando um corredor quieto, porém o primeiro andar não deixava isso continuar por muito tempo. Segui até descer as escadas me deparando com os burburinhos ainda mais altos quando cheguei na sala de estar.
O aroma do café ainda persistia ali junto com o aroma de panquecas. Sigo para cozinha onde o barulho parecia maior e alegre, e ao aparecer no cômodo, Itachi é o primeiro a me notar. Seus olhos me medem da cabeça aos pés e logo desvia, voltando a fazer o que fazia. Enchendo o copo com suco de sua namorada que estava sentada ao seu lado.
⏤ Nossa! Pensei que não iria levantar mais, querido. ⏤ Sorri, ao sentir suas mãos apertar meu rosto trazendo para baixo, para beijar minha testa.
Ela estava alegre, seu sorriso deixava o ar do vestido floral ainda mais gracioso junto da sua empolgação. Ver seu sorriso é realmente aconchegante e encantador em qualquer hora.
