CAPÍTULO 15 ✨

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Eu a beijei

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Eu a beijei.

Como isso aconteceu? De onde veio a coragem? E esse desejo... quando nasceu? Essas perguntas giram em minha mente, mas nenhuma delas encontra resposta.

Apoio as mãos na pia do banheiro, meus pensamentos uma confusão caótica. Minha mente insiste em voltar ao momento no jardim.

— Eu te ensino — A voz dela, tão baixa, tão certa. Minhas mãos agarrando sua pele, os suspiros entrecortados, nossas bocas buscando uma à outra como se fossem feitas para isso.

Abro os olhos, encaro meu reflexo no espelho. Minha respiração está pesada, e o calor ainda percorre meu corpo, como se eu estivesse preso naquele instante. Jogo água no rosto, tentando afastar a lembrança. Pegando uma toalha pequena, seco meu rosto lentamente.

Saio do banheiro e me jogo na cama, o colchão macio acolhendo o peso que não é apenas físico.

Será que ela está pensando nisso agora? Ou para ela não foi nada além de mais um beijo?

Essas perguntas apertam meu peito, sufocam. Eu não quero saber a resposta, mas ao mesmo tempo... preciso.

— Eu preciso esquecer isso. — Apoio as mãos na cabeça, deixando escapar um grunhido baixo. — Estou parecendo um obcecado.

As palavras ecoam no quarto vazio, mas não aliviam o peso que carrego. Rolo na cama, inquieto, tentando afastar os pensamentos que me consomem. Cada vez que fecho os olhos, ela está lá, Anahí, minha esposa.

Meu peito aperta, como se a lembrança dela fosse uma âncora, impedindo-me de seguir em frente.

Depois de horas lutando contra minha própria mente, o cansaço finalmente vence. O sono vem, mas nem mesmo ele é capaz de me livrar dela.

(...)

O som irritante do despertador invade meu sono. Estendo a mão e o desligo, mas permaneço deitado por alguns segundos, encarando o teto. O peso no peito ainda está lá, como se a noite não tivesse feito diferença alguma.

Suspiro profundamente e me levanto. Preciso tirar isso da cabeça, de alguma forma. Pego minha roupa de treino no closet, uma short preto confortável e uma regata cinza, calço os tênis e sigo em direção à academia que fica na nossa casa.

O espaço é amplo, moderno, com janelas que vão do chão ao teto, oferecendo uma vista deslumbrante para o jardim. O sol da manhã ilumina tudo lá fora, tingindo o verde com tons dourados. A paisagem deveria ser relaxante, mas nem mesmo a beleza diante de mim consegue afastar o tumulto em minha mente.

Começo pelo aquecimento, ajustando a esteira para uma corrida leve. O som rítmico dos meus passos se mistura ao zumbido das máquinas ao redor, mas nenhum ruído é suficiente para calar os ecos do que aconteceu.

“Eu te ensino”

A voz dela volta como um sussurro nos meus ouvidos, trazendo com ela a lembrança do calor de sua pele sob minhas mãos. Aperto o ritmo, aumentando a velocidade.

Uma Chance Para Nós// Livro 01 Da Quadrilogia Chance Arrangements Onde histórias criam vida. Descubra agora