é uma coleção de imagines cheia de amor, treta e momentos criados. Cada história te coloca como protagonista, vivendo romances e aventuras com brasileiros
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Derik
Respiro fundo, girando as alianças na mão. O ouro já não brilha como antes, ou talvez seja só eu que não veja mais brilho nenhum nisso. Já era.
Foi no dia do término que ela jogou a aliança em mim. Disse que eu tinha sumido, que dei perdido nela, mas eu não fiz nada de errado. Só bebi. Só que, como os moleques estavam com umas mina, ela já deduziu que eu tava no meio também.
Aí, na semana seguinte, ficou com um parceiro meu. Não sei se foi na intenção de me atingir ou porque já queria antes. Sei que, pra mim, foi zica. Cena de filme, tá ligado? Eu, achando que ela ia ficar mal igual eu fiquei, e ela? Com um dos mano.
De pouquinho a pouquinho eu vou te superando, ou pelo menos tentando.
Solto um suspiro quando vejo nossa foto na tela do celular.
— Porra, mano... essa mina faz falta
Apaguei o contato dela pra não correr risco de acabar ligando. Sei como eu sou, tá ligado? Sei que, se tiver salvo, é só tomar umas que já era.
Parei de seguir no Instagram também, mas, quando fui na galeria, só deu nóis. Tinha um milhão de foto. De rolê, de casa, de viagem. Não pensei duas vezes, fui apagando tudo.
Só que aí bateu aquele bagulho... Arrependimento.
O número dela ainda tava na minha mente. Adicionei de novo.
amor❤️
olhando nossas fotos deu saudade sua|
|oi
|que fotos?
nós dois dentro do carro na praia e na rua|
tô com sdds|
vou bater na sua porta|
|vem
|tô te esperando aq no portão
Pego a chave sem pensar muito. Deveria? Não sei. Mas eu vou.
Encosto o celular na perna e passo a mão no rosto, respirando fundo. Já era pra eu ter superado, mas olha eu aqui, indo atrás de novo.
Saio de casa jogando o moletom por cima da camiseta, chinelo no pé mesmo. O bairro tá silencioso, só o barulho de uns carros passando na avenida. No caminho, acendo um cigarro, tentando acalmar a mente. Mas é só encostar na rua dela que o coração acelera.
Ela tá lá. De braços cruzados, encostada no portão. O cabelo bagunçado, cara de quem pensou se valia a pena eu vir.
— E aí...
Ela só me encara por um segundo antes de abrir o portão. Não fala nada, só me deixa entrar.
— Nem sei o que tô fazendo aqui, mano... — solto, passando a mão na nuca.
Ela fecha a porta atrás de mim e me encara, os olhos carregados de alguma coisa que eu não sei se é saudade ou orgulho ferido.
— Veio à toa?
Dou uma risada de canto, sem graça.
— Sei lá, vi as foto, deu mó saudade...
Ela desvia o olhar, mordendo o lábio. Sei que, no fundo, também sentiu minha falta. Sei que, se não quisesse, nem tinha respondido a mensagem.
Ela solta um suspiro pesado, cruza os braços e me encara daquele jeito que sempre me desmonta.
— A Carla me falou que cê não ficou com ninguém aquele dia.
Fico meio sem reação. Carla era amiga dela, mas nunca foi muito minha fã não. Estranho ela ter defendido minha versão.
— Cê só foi saber disso agora? — arqueio a sobrancelha.
Ela dá de ombros, desviando o olhar.
— Sei lá… Na hora, não quis ouvir nada. Cê sumiu, eu já imaginei coisa, os caras tavam com mina… Não tinha muito o que pensar.
— E aí cê foi e ficou com o mano. — solto num tom meio amargo.
Ela me encara de novo.
— É. — a resposta vem curta, mas não fria. — Foi errado? Foi. Mas na hora, achei que cê tinha feito pior.
Passo a mão na cara, respiro fundo.
— Porra, mina… eu só tava bebendo, só isso.
Ela ri de leve, mas não de deboche. Mais como quem tá cansada dessa conversa.
— Agora eu sei. Mas naquela noite, eu só conseguia pensar que cê tava fazendo papel de otário e eu ia ficar de trouxa esperando.
Balanço a cabeça, dou um passo pra trás, encostando na parede.
— E agora? — pergunto, sem rodeio.
Ela respira fundo, me olha como se tentasse decidir alguma coisa dentro da própria cabeça.
— Agora cê tá aqui. — a voz sai mais baixa.
E eu sei que, se eu der mais um passo, se eu segurar a cintura dela e colar minha testa na dela, a história vira outra.