Eternamente Percabeth

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Quando é que as grandes guerras vão parar? Quando finalmente eu poderei viver normalmente ao lado da Annie? Sem a preocupação de que posso não vê-la nunca mais? Sem tá toda hora tendo que decifrar profecias e lutando pra salvar nossas vidas?

Eu tentei não demonstrar minha preocupação, porque Annie já estava nervosa de mais, e eu não queria que ela se preocupasse comigo também.

Mas sempre que penso essas coisa, eu me sinto culpado. Tantos semideuses passaram por mais, e eu aqui, achando minha vida complicada.

Eu me sinto mau só de imaginar tudo que Annabeth já passou... As maldades da madrasta; depois seguir sozinha, com sete anos, lutando contra monstros que eu só lutei com doze; depois encontrar Luke e Thalia, depois Grover, mas lutar contra exércitos de monstros até chegar ao CHB; depois perder Thalia; depois Luke vira um monstro; lutar contra o próprio melhor amigo; ser sequestrada por Titãs e feita carregar o céu (se vocês lembrarem ela fez isso por Luke, não gosto dessa parte da história); aí desvendar a profecia e ver Luke enfiar a sua adaga no coração pra lhe salvar (ela se sente culpada, até hoje, mas não foi culpa dela, só ela que não entende isso) e ao mundo; aí quando tudo parecia ficar bem, quando finalmente achou que tudo ia dar certo, o namorado desaparece; depois lutar sozinha contra Aracne, seu maior medo; e logo depois cai no Tártaro, claro, eu sofri no Tártaro, mas ela já estava a dias sem comida, água, e sem força, pela luta de Aracne; e depois, com tudo isso, ainda conseguir vencer Gaia. E agora, depois de tudo isso, ela ainda tem sonhos com a próxima guerra... Eu queria tanto tirar ela de tudo isso, pra ela poder ser feliz e ter uma família, como sempre quis.

Pensando nisso, eu virei a noite.

*

Annabeth estava do meu lado, dormindo como anjo. Eu a olhava e acariciava seus cabelos. Não importa o que acontecesse, eu ia fazer Annabeth feliz, ela já sofreu de mais. Era cedo, 5:40 da manhã, mas ela acordou, remexeu-se na cama e abriu os olhos, fixos em mim.

--Bom dia. -- ela disse e beijou meu nariz --Porque não dormiu?

--Bom dia. Não estava com sono. -- disse e ela me olhou, desconfiada, mas assentiu. --Como sabe que não dormi?

--Está acordado as cinco e quarenta da manhã. E também está com olheiras.

Se levantou e foi em direção ao banheiro, e eu fui logo atrás. Fizemos nossa higiene matinal e nos vestimos, aí eu fui me barbear. Quando saí do banheiro Annabeth estava fazendo a cama, tão concentrada que parecia que sua vida dependia daquilo, cada milímetro ela arrumava. Não importa o quanto eu tente, nunca vou entender como ela e minha mãe fazem isso. Annabeth parecera mais com minha mãe pra mim desde que nos casamos. Esse pensamento me fez rir, e só aí ela me percebeu ali, olhando ela. Não sei porque, mas ela corou {Porque é estranho alguém te olhando daquele jeito sem motivo algum.//Rsrsrs.}.

--Quer o que pro café? --ela disse

--Torrada -- eu respondi.-- Já desço pra te ajudar -- eu disse. Olha, eu posso ser bom em qualquer coisa, se eu treinar, qualquer um pode, se quiser, mas, se tem algo que eu nunca vou dominar é a cozinha. Eu não sei a diferença de cominho e alecrim. E quando eu voltei de meus pensamentos, Annabeth já não tava no quarto.

Eu desci as escadas e a vi pondo o pão na torradeira. Então decidi fazer a única coisa não azul que eu sabia fazer, café. {Não minta, Percy, você colocou na cafeteira.//Não me entrega, Annie.} E peguei as laranjas na geladeira e fui espremer, porque lembrei que Annabeth não é muito fã de café, e, a final, quem não sabe espremer laranjas?, ainda mais com um espremedor elétrico. Vi Annabeth fazendo panquecas azuis pra ela (sim, ela também aderiu a comida azul). Depois de comemos nós sentamos no sofá e Annabeth ligou no Animal Planet, essa garota tem que aprender que coisa boa é na Nickelodeon.