64- Confissões.

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(A outra mulher sempre chora até dormir. A outra mulher nunca terá o amor dele para si.)
Lana Del Rey.

Gente Amélia sempre será a Elena, ou Katherine dos irmãos Salvatore. Ou podemos dizer Amélia dos irmãos Campbell.


Era quinta-feira e a cidade de Londres começava a acordar com a energia característica de sempre. O frio da manhã cortava, mas o dia prometia ser agitado. Acordei cedo, como de costume, para me preparar para mais um dia intenso de trabalho na galeria. Olhei o relógio e sorri. Tinha tempo de sobra para fazer tudo com calma.

Entrei no meu guarda-roupa e comecei a escolher o que vestir. A blusa de seda preta, com um decote suave em V, caía perfeitamente sobre o meu corpo, oferecendo aquele equilíbrio sutil entre elegância e sensualidade. Combinei com uma saia lápis preta de cintura alta, que modelava a silhueta de forma sofisticada, sem exageros. Para dar o toque final, um blazer estruturado de alfaiataria cinza escuro, conferindo um toque de autoridade sem perder a suavidade. Completei o look com um par de scarpins pretos de salto médio, que eram o equilíbrio perfeito entre classe e conforto para o meu dia de trabalho.

Quando terminei de me vestir, o reflexo no espelho me agradou. Eu me sentia confiante, pronta para o que o dia me reservava. Coloquei minha bolsa de ombro, ajeitei os cabelos e estava pronta para sair.
Cheguei à galeria pouco antes de todos, como sempre. Aaron já estava lá, provavelmente desde cedo, cuidando das pendências antes da abertura da exposição da próxima semana. Quando me viu entrar, levantou os olhos do que estava fazendo e, por um momento, seus olhos brilharam de forma visivelmente positiva.

— Uau, Priscila! — ele exclamou, sorrindo de maneira sincera, como sempre..

Eu sorri, um pouco lisonjeada, tentando esconder o efeito que seu elogio teve em mim. Aaron tinha um jeito direto, mas era sempre genuíno.

— Obrigada, Aaron — respondi, com um sorriso discreto, ainda um pouco tocada pelas suas palavras.

Ele se aproximou e, sem perder o ritmo, começou a puxar assunto sobre o fim de semana.

— Eu estava pensando... Hoje à noite vai acontecer uma exposição em uma outra galeria. Eu sei que você deve estar cheia de coisas para organizar, mas seria interessante se você fosse. Vai ser uma ótima oportunidade para ver outras obras e trocar ideias com outros curadores.

Antes que eu pudesse responder, ele tirou dois convites VIP do bolso e os colocou na minha frente.

— Aqui estão. O evento promete ser excelente. — ele disse, com um sorriso divertido. — Eu posso te garantir que vai ser uma noite incrível.

Fiquei surpresa, mas ao mesmo tempo animada. Uma exposição à noite, em uma galeria diferente, parecia a chance perfeita para respirar novos ares e ver mais arte. Era exatamente o que eu precisava para fugir da rotina.

— Eu aceito — falei, pegando um dos convites e sentindo uma empolgação crescente. — Vai ser ótimo sair um pouco da galeria e ver o que outras pessoas estão preparando.

Aaron sorriu, satisfeito com minha resposta.

— Perfeito! — disse ele, dando um leve toque no meu ombro. — Vai ser uma noite incrível, e você vai se divertir.

Enquanto ele se afastava para organizar mais algumas coisas, a sensação de antecipação tomava conta de mim. A noite prometia ser interessante, e eu mal podia esperar para aproveitar.
No entanto, enquanto a conversa com Aaron continuava, uma sensação estranha me tomou. Olhei rapidamente para a porta e, para minha surpresa, Lucien estava ali, a poucos metros de nós. Era como se ele tivesse surgido do nada, escutando, talvez, sem que ninguém percebesse.

REALIDADE PARALELAOnde histórias criam vida. Descubra agora