66- A sina

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A filha do futurista de 1995 em cima. ❤️👀

"Você sempre me encontra. Eu sempre corro para você. Mas no final, algo maior nos separa, como se o próprio destino sussurrasse que esse amor nunca foi para ser eterno."



Sem pensar duas vezes, peguei o celular e disquei o número de Hayley. Assim que ela atendeu, sua voz soou impaciente, mas carregava um certo alívio.
— Priscila? Eu sabia que você me ligaria.

Revirei os olhos, irritada com o tom dela.
— Vamos. — falei, decidida, antes que pudesse mudar de ideia. — É agora ou nunca.

Do outro lado da linha, ouvi Hayley respirar fundo, como se também não acreditasse no que estava ouvindo.
— Você tá falando sério? Tipo... agora?

— Agora, Hayley. Antes que eu desista e você tenha que lidar com isso sozinha. — Respondi com firmeza. — Me encontra na frente da galeria em quinze minutos.

Desliguei o telefone sem esperar resposta e peguei minha bolsa. Era agora ou nunca.

O carro voava pela estrada como se estivéssemos participando de uma corrida. Hayley dirigia com uma confiança quase imprudente, e eu me segurava no banco, tentando não demonstrar o incômodo com sua velocidade. O silêncio entre nós era tão tenso quanto a situação em que ela havia me colocado.

Chegamos em frente à casa e, à primeira vista, ela parecia tão comum quanto qualquer outra. Nenhum sinal de riqueza ou segredo óbvio. A frustração começou a crescer dentro de mim, e eu dei um passo à frente, indo diretamente para a porta.

— Você não vai realmente tocar a campainha, vai? — Hayley perguntou, incrédula.

Lancei um olhar para ela, arqueando uma sobrancelha.

— Geralmente, as pessoas fazem isso para entrar na casa dos outros, certo?

Ela bufou, impaciente.

— Acorda, Priscila. Ela nunca vai nos receber. Eu pesquisei a planta dessa casa. Tem uma parte subterrânea. Vamos por ela.

Suspirei, irritada, mas a curiosidade me fez hesitar por um momento. Eu não estava pronta para ser presa por invasão de domicílio, mas também sabia que não tinha mais volta.

— Eu não acredito que, antes de morrer, vou ser presa por invadir a casa de um estranho. — murmurei, mas segui em frente, fazendo o que Hayley sugeriu.

Entramos silenciosamente pela parte subterrânea, tentando fazer o mínimo de barulho possível. O lugar parecia muito mais do que uma simples casa — era como se cada canto carregasse uma história, uma sensação de mistério.

Então chegamos a um ambiente que me deixou sem palavras: várias obras de arte, quadros espalhados por todas as paredes, alguns impressionantes, outros perturbadores. Mas o que mais me chamou a atenção foi um quadro em particular: uma pintura do Rio Tâmisa e da Tower Bridge, com uma foto de uma família ao lado. As pessoas sorriam, mas algo naquela imagem parecia... errado.

Foi então que meus olhos captaram um detalhe que me fez prender a respiração. Meu coração parou por um instante.

Antes que eu pudesse reagir, um barulho forte soou atrás de mim. Hayley levou uma pancada na cabeça e caiu, atordoada. Meu corpo congelou por um segundo, preparando-se para o pior, quando uma figura emergiu das sombras.

Era uma mulher linda, aparentando ter entre 25 e 26 anos. Seu rosto oval era harmonioso, com traços bem definidos e simétricos. Olhos verdes — ou cor de mel — me analisavam com intensidade e confusão. Seu nariz reto, lábios cheios e cabelos longos e ondulados davam um ar quase etéreo à sua presença. Sua pele clara refletia a luz de forma delicada, mas seu olhar carregava algo mais profundo... algo que me arrepiou.

REALIDADE PARALELAOnde histórias criam vida. Descubra agora