Capítulo 39

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— Ei? — Jeremy bate no ombro. — Volta para a terra. Hora de resolver essa merda.

Como se eu tivesse alguma outra opção — gostaria de ter. Mas não posso bancar o Armstrong e ir para a lua, tampouco diminuir os passos que me afastam de seguir até Lia e acertar o rosto do seu ex-namorado com alguns murros.

— Primeiramente, por que temos que resolver essa porra? — questiono ao Jeremy, olhando-o e transparecendo todo o meu ódio na voz. — Eu devia ir embora e não querer saber mais de nada disso. Na hora de fazer zona, ninguém pensa na gente. Ninguém consulta! Só na hora de dar trabalho. Estou farto de ter que ficar salvando velho tarado e inconsequente nesse caralho!

Jeremy ergue as sobrancelhas. Parece surpreso, mas não se deixa levar, respondendo apenas:

— Sei lá, cara. Só sei que sobra para a gente porque somos filhos. Daqui a pouco, nosso pai nem vai mais ter voz de ordem. Até lá, paciência.

— Paciência um caralho! — eu me afasto, furioso. Retorno ao prédio empresarial, seguindo ao estacionamento com o intuito de buscar o meu carro e ir ao hospital, para onde minha mãe foi levada. Não vou à delegacia, meus irmãos que lidem com as merdas do patriarca.

Já no carro, ligo a chave de ignição, dando partida no veículo.

Eu já não queria vir para essa confraternização, parece que estava adivinhando. Olha quanta desgraça desencadeou. Minha família tende a ir ao erro. Começando pelo pilar da casa: o meu pai.

E tudo bem, disso eu já sabia. O que eu ainda não tinha noção é que Lia ainda sente atração pelo ex. Quer dizer, não sou maluco e nem ingênuo, ela o arrasta para todo lugar que vai. É óbvio que ele não é uma lembrança que ela quer deixar no passado até perder a força de existir.

Das duas, uma: Lia ainda é apaixonada por seu ex-namorado ou sente atração por ele. Por que outro motivo estariam se beijando? Por qual outro motivo Lia o deixaria beijá-la quando tinha acabado de me encarar? Não faz uma hora direito que demos uns amassos cheios de declarações.

— A noite não pode piorar — bato no volante, então chego à rua, dirigindo até ultrapassar as viaturas, chegando mais à frente, onde Lia estava envolvida nos braços do ex.

Vou seguir o meu caminho, mas então Lia está correndo como para acompanhar o veículo.

Estreito os olhos, confuso. Que droga é essa agora?

Manobro para conseguir estacionar em um meio-fio mais próximo, estranhando quando ela bate na janela.

Destravo as portas e ela entra depressa.

Está com a respiração alterada e leva uns segundos para me olhar, me oferecendo um sorriso de canto.

— Oi — diz. — Obrigada por me ajudar.

— Ajudar em que, Lia? — questiono após encará-la por um momento.

Não posso dizer que não estou feliz por essa repentina surpresa. Ter Lia perto de mim depois de toda essa merda, é uma coisa muito boa. Eu gosto da sua companhia, gosto dela. Não posso fingir que não.

Então me lembro. Não como se eu tivesse esquecido.

— Adam não quis te deixar em casa para vocês finalizarem a performance ali da calçada? — indago.

Ela pisca os olhos algumas vezes, então ri.

— Olha, o Adam é maluco — declara.

— Ele não é maluco. Sabe muito bem o que fez.

— Não sabe — Lia rebate. — Ele não sabia o que fazia nem quando namorávamos.

Agora a risada é minha.

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Minha Tentação tem Nome - Os Wade 1Onde histórias criam vida. Descubra agora