O Sabor da Vingança.

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Rafael chegava em casa depois de mais um dia de trabalho e agradecia por finalmente ter adiantado boa parte de suas tarefas! Ele estava estacionando o veiculo quando viu sua madrasta sair de casa indo em direção ao jardim. Ele ficou curioso e passou a segui-la e silêncio e viu o momento em que Helena entrou na estufa.

Por que ela iria até aquele lugar àquela hora da noite? Passou a se perguntar e foi então que percebeu certa tristeza no olhar dela e ao abrir a pequena porta de vidro não se surpreendeu quando avistou aquela pequena mulher sentada encolhida no canto.

Seu olhar carregava tanta tristeza e seu choro saia abafado, como se tivesse muita dor sufocada dentro de seu coração. Naquele momento ela pareceu uma criança pedindo ajuda e aquilo o inquietou mais do que esperava.

Lentamente ele abaixou em sua frente e sussurrou baixinho o seu nome para chamar sua atenção já que até aquele dado momento ela ainda não havia notado.

_ Helena...

Quando ela levantou o rosto e o encarou daquele modo suave todas as suas armas caíram, pois o olhar dela pedia por socorro e por alguns segundos ele se viu preso àquela suplica silenciosa. Enquanto a fitava em silêncio notou que seu lábio inferior estava machucado, seu cabelo em desalinho e sua roupa rasgada.

_ O que houve?

Realmente estava preocupado, pois aquela imagem o assustou muito. Ele não estava preparado para vivenciar aquelas emoções e ficou ainda mais impactado quando sentiu seu corpo ser abraçado pelo dela e logo em seguida ela colou seu rosto procurando abrigo entre o colo dele e chorou como uma criança.

Rafael apenas deixou que ela colocasse pra fora todo aquele sentimento de tristeza que estava sentindo. Helena apertava o seu corpo ao dele com tanta força como se tivesse muito desesperada e para transmitir segurança ele a abraçou e ficaram assim por alguns minutos apenas em silêncio até que ela se afastou lentamente e o encarou com aqueles olhos que tinham o poder de revelar a alma.

Não tinha planejado ter aquela atração ao sentir o corpo pequeno e trêmulo dela junto ao seu, mas tentou resistir a tentação naquele momento em que a teve tão próximo, mas eles lentamente foram atraídos um ao outro e inevitável aconteceu!

Rafael segurou o rosto dela e trouxe seus lábios em direção aos dele e a beijo de modo suave apenas tocando suavemente sua boca à dela, mas logo um desejo impetuoso foi despertado dentro dele e passou a beijá-la com mais paixão.

Helena sentia seus lábios serem tocados pelos dele com tanta força, como se ele quisesse passar toda a intensidade que sentia . A cada momento que passavam eles se esqueciam do tempo e o beijo se tornava mais intenso. Quando começou a sentir as mãos de Rafael percorrer sua nuca e afundar seus dedos nos fios de seu cabelo, percebeu que estavam totalmente tomados por aquele desejo.

Nunca tinha sentido algo assim em toda sua vida, foi como se o tempo parasse e estivessem apenas eles. Mas como que de repente acordou do devaneio romântico ela o empurrou e o encarou assustada. Não assustada com Rafael, mas sim com ela pelo modo como se entregou àquele momento. E sentiu vergonha, pois se não tivesse despertado a tempo talvez tivessem chegado a uma loucura!

_ Helena...

Ela estava muito envergonhada pelo seu ato e não queria olhar para ele por isso se afastou rapidamente de lá com passos largos e sem olhar para trás. Helena caminhava com pressa e parou quando sentiu o fôlego faltar, apesar da noite está enluarada e vento amenizar a adrenalina ela ainda sentia seu corpo febril então levou as duas mãos aos lábios na tentativa de apagar o beijo que havia acontecido, mas era difícil deletar aquela sensação de doçura que havia sentido.

Só poderia ter ficado maluca! Era o que mente lhe dizia, mas seu corpo respondia de outra forma porque tinha gostado daquele beijo. Ainda mais em se tratando de Rafael que a detestava!

"Mas se ele a odiava tanto assim, então porque aquele beijo?"

Aquela pergunta lhe perturbava, apesar de saber que ele era um homem acostumado a ter muitas namoradas. Era o típico playboy sem interesse em compromisso, talvez beijá-la não tivesse passado de uma diversão, apesar dela ser a esposa de seu pai. Essa era a única conclusão a qual ela chegava.

O olhar de Rafael se manteve fixo em Helena até que sumisse de sua vista. Tinha optado por deixá-la ir, pois precisava de um tempo para racionar toda aquela situação. O engraçado era que aquele pequeno ato havia causado uma grande confusão na cabeça dele e pra colocar em ordem os pensamentos precisava de um tempo.

Em sua mente já tinha planejado dar inicio no seu plano de vingança contra Helena. Iria usá-la até o ponto em que ela estivesse totalmente apaixonada por ele e depois disso daria sua cartada a fazendo cair no seu próprio golpe. Iria desmascara aquela golpista na frente de todos! Iria acabar com aquele casamento falso! E no final de tudo ela sairia daquela casa como tinha entrado. Sem nada!

Mas realmente não esperava aquela sensação maravilhosa ao ter aquela mulher em seus braços. A verdade é que quando viu o olhar assustado dela sentiu algo que nunca tinha sentido. Quis protegê-la de quem havia causado aquelas lágrimas, mas acima de tudo quando a beijou e sentiu aquela doçura e a vontade que teve foi de prolongar aquele momento.

Tudo o que precisava era colocar a cabeça no lugar e deixar de pensar em bobagens! Afinal havia sido apenas um beijo e não o fim do mundo!

***

Helena entrou no quarto e para seu alivio Antonio parecia estar em um sono profundo. Ela passou direto para o banheiro queria tomar uma ducha e apagar do seu corpo tudo o que havia partilhado com o marido poucos minutos atrás.

Foi retirando as roupas e enquanto o fazia se olhou no espelho e o que viu foi uma mulher em desalinho com os cabelos bagunçados, os olhos vermelhos de tanto chorar e os lábios inchados pelo beijo trocado com o enteado. Lembrou novamente do beijo dele e sentiu seu corpo vibrar e então mordeu o lábio inferior na tentativa de se punir já que era uma mulher fadada a não sentir o prazer de um carinho apaixonado. O melhor a se fazer era esquecer tudo aquele beijo maravilhoso que havia trocado com Rafael!

***

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