Capítulo 29

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Miguel foi para a sua casa. Levava consigo o papel de Nicole. Sentou-se no sofá. Ainda estava perturbado com o que lera. Não conseguia acreditar que a sua vizinha estava desaparecida. Preferia acreditar que aquilo era uma brincadeira de mau gosto. Dos seus olhos começaram a descer lágrimas. Não sabia o que fazer. Estava totalmente perdido sem ela. Não saberia como dar essa notícia às suas amigas e ao namorado. Deitou-se no sofá e fitou o teto, durante horas.

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Carlos conduzia a carrinha branca em grande velocidade. Estava silêncio entre todos. Ninguém se atrevia a falar. Ele estacionou a carrinha. Desceram e entraram no estabelecimento do Marco. Seguiram o longo corredor e entraram numa sala. As paredes eram vermelhas, o sofá preto. Tinha uma televisão e uma mesa de centro. Um homem de cabelos grisalhos, olhos azuis e de terno, encontrava-se sentado no sofá. Parecia ter uns 55 anos. Os três estavam em pé à sua frente. O homem pegou um cigarro e deu lume.

- O que é que se passa?- questionou-lhes.

- A Nicole desapareceu.- Marco informou.- Achamos que uns homens foram buscar-lhe.

- Será que não podia dizer-nos a sua missão de ontem?- Filipe questionou.

- Não posso dar essas informações. São confidenciais.

- Por favor senhor. Nós precisamos de encontrar a Nicole.- Carlos pediu.

- Ela sabe resolver os problemas.

- Não senhor. Desta vez é diferente.- Marco assegurou.- Ela ligou-me a despedir-se. E nunca tinha feito isso antes.

- A Nicole vai aparecer. Vocês vão ver.

- Pois. Vai aparecer morta.- Carlos exaltou-se.- Nós temos de fazer algo.

- Eu conheço aquela rapariga. E sei que ela vai safar-se.

- Consigo não vale mesmo a pena. Depois não diga que perdeu a sua melhor agente.- Filipe disse.

Saíram da sala, sem nem esperar por uma resposta do homem. Se ele não queria ajudar, parecia que teriam de descobrir sozinhos, Marco pensou.

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Os homens chegaram a uma casa enorme. O moreno estava com Nicole no seu ombro. Entraram na casa pela porta dos fundos. Foram até um elevador. E desceram até o último andar, que era subterrâneo. Caminharam por um longo corredor. E depois entraram numa sala. O homem colocou-a na cadeira, amarrando-a de seguida. A sala era toda branca. A única coisa que se encontrava naquele cubículo, era a cadeira onde Nicole estava sentada. Aos poucos ela foi recuperando a consciência. Olhou os gorilas que permaneciam à sua frente. Tentou dizer algo, mas não conseguia com o tecido na boca. Apôs algum tempo, um homem de estatura mediana, não muito forte, com cabelos pretos até os ombros e olhos castanhos escuros, entra.

- A princesa já acordou.- disse com um sorriso.- Até não foi muito difícil de encontrar-te.- aproximou-se dela e olhou-a nos olhos.- Tu mataste o meu pai. Agora terei de matar-te. Só não sei quando.- ele deu-lhe as costas.- Ou então poderíamos matar os pais dela. O que acham?

- Senhor. Ela não tem família.- o homem loiro informou. Nicole sorriu.

- Oh. É uma pena. Queria tanto divertir-me com eles.- ficou pensativo.- Ela não tem amigos?

- Não conseguimos essas informações.

- Mas deviam conseguir. Talvez antes de acabar com ela, possa acabar com um deles.

Houve um silêncio na sala. Nicole já estava preparada para o que pudesse vir da parte deles. O homem de cabelos longos começou a andar em volta da sua cadeira.

- Quem te deu ordens para matares o meu pai?- fez sinal para que o moreno tirasse o tecido da boca dela.- Diz-me.

- Ninguém.

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