Em Ti, a Europa Inteira (20/06/25)

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Eu sou brasileira — ainda assim, me vi
Traduzida em tua forma tão inteira
Teu riso me fez sentir aqui
O amor em sua língua verdadeira

Tens cachos que dançam com o vento europeu
E tatuagens que contam o que o tempo escreveu
Portuguesa na alma, na fala, no tom
Feita de brisa, de sal e de som

Estás pela Europa, seguindo teus dias
E eu aqui, com saudade e poesias
Entre nós, mares, fusos, distâncias
Mas teu nome habita minhas constâncias

Nunca pensei que alguém tão de longe
Fosse acender em mim algo tão monge
Sagrado, intenso e cheio de ardor —
Garota de Portugal, meu doce amor

Teu "olá" tinha um som diferente do mundo
E em silêncio, me fez mergulhar tão profundo
A cada palavra, tua voz me prendia
Como se o tempo parasse em harmonia

Te escrevo em versos porque não sei calar
Tudo em mim insiste em te nomear
És saudade viva, és sonho sem fim
Mesmo longe, caminhas dentro de mim

Não há um só poema que te caiba
Nem um idioma que te defina
Em ti, a Europa inteira vibra
Na alma livre que se ilumina

Tens o jeito de quem já viu o mundo
Mas guarda a doçura de um lar
Em cada gesto teu, profundo
A arte de ficar e de voar

Se um dia esses versos cruzarem teu chão
Que saibas: te guardo no meu coração
E quem sabe, num outono qualquer
O destino nos cruze — se ele ainda quiser

E se o tempo quiser não mais nos juntar
Guardo em mim tua voz primeira
Pois mesmo que eu precise te deixar
Levo em mim... a Europa inteira.

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