Sonhei com você tantas vezes
que já não sei
se é lembrança ou invenção
No último,
eu corria por ruas que não conhecia
entre portas que se abriam para o nada
chamando seu nome
como quem chama de volta um pedaço de si
Cada pessoa que cruzava meu caminho
tinha um traço seu
um gesto, um olhar
mas nunca era você
Sempre faltava algo
O sotaque, a voz
E isso doía
doía como se o sonho soubesse
que só vivo de lembranças e não de realidade
Chamava seu nome
Chamava seu nome
Chamava seu nome
Como se repetir fosse abrir portas
como se minha voz pudesse te puxar de volta
As pessoas olhavam
algumas viravam o rosto
Completamente confusas
E você nunca estava lá, apenas fragmentos
E eu seguia
seguia chamando
seguia acreditando
que a qualquer momento
o seu "aqui" viria como resposta
Chamava seu nome
até minha garganta arder
até minha respiração falhar
até o som sair rouco
mas ainda seu nome —
como se fosse a única palavra que conheço
Abri os olhos de repente
O quarto, silencioso
O corpo, desperto
Mas a boca...
a boca ainda moldava seu nome
Quase o disse
Quase te trouxe de volta
Era como se o sonho não tivesse terminado
como se eu ainda estivesse lá
correndo atrás de você
mesmo deitada
mesmo acordada
Fiquei pensando...
será que, em alguma noite
você também acorda
Inconscientemente me procurando?
Ou será que, nos seus sonhos
eu nunca apareço —
e essa busca é só minha?
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Poemas, textos...
PoesiaApenas algumas coisas que eu, Larissa, escrevi. (Em inglês e português)
