Se eu pudesse te esquecer com a mesma facilidade com que digitei seu nome pela última vez, eu já teria feito isso há meses.
Mas tem pedaços seus grudados em mim que eu nem sei como tirar.
Você aparece nos meus silêncios, nos diálogos que eu nunca tive coragem de terminar, nas entrelinhas dos textos que finjo não serem sobre você.
Talvez ninguém perceba — só eu sei a bagunça que ficou depois da gente.
Eu escrevo pra fingir que superei.
Mas toda vez que escrevo, te recrio.
Te dou outro rosto, outro nome, outra cor.
Mas a ausência é sempre a mesma.
Você merecia mais, eu sei.
Mas eu também merecia mais do que suas dúvidas.
Talvez seja por isso que eu continuo tentando vencer você na página, mesmo que no fundo, tudo o que eu queria era perder de novo — só pra te ter perto.
Você virou minha cicatriz favorita.
Feia, mas viva.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Poemas, textos...
PoesiaApenas algumas coisas que eu, Larissa, escrevi. (Em inglês e português)
