Overdose (20/06/25)

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Teu nome arde na palma da minha crise
Te penso, e o corpo inteiro se paralisa
Você é cigarro em pulmão doente
Alívio que passa, ferida permanente

Eu tento rezar, me limpar, esquecer
Mas o teu gosto insiste em nascer
Cada lembrança tua é recaída
Mais uma cicatriz na minha vida

Te amar é overdose em câmera lenta
Uma diversão doente que nunca se aguenta
É ficar sem ar, é perder o controle
É querer parar, mas o corpo se mole

Você é sintoma que nunca termina
É febre, calafrio, ferida que ensina
É o colapso depois do prazer
É saber que destrói... e ainda querer

E no fim, sempre volto, sem me reconhecer
Droga maldita que atende por "você"
Meu corpo rejeita, meu peito implora
E a parte que ama já grita: "vai embora!"

A sobriedade é cruel porque me mostra
Que o teu amor nunca foi resposta
Mas o corpo — viciado — ainda chora
Mesmo sabendo que você ter ido embora
Foi o que me salvou — e o que ainda apavora

Mas penso em você e isso me chama de volta
E eu volto — mesmo em revolta
Porque te amar é morrer devagar
E mesmo sangrando... eu volto a te usar.

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