Vazio

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P.O.V Quinn

Senti meu corpo ser arrastado para longe do dela, eu gritava, eu precisava ficar perto dela, eu não enxergava nada além dela, seu corpo caído no chão, estilhaços de vidro por todo o chão, senti alguém me abraçar com força, logo identifiquei ser Santana, me agarrei com força, como se estivesse prestes a cair num abismo, e ela fosse a única coisa que eu pudesse me segurar.

-Eu preciso dela... Preciso ir com ela.- disse entre soluços, já não chorava mais.

-Você precisa se acalmar, não iram deixar você ir com ela nesse estado.- ela disse calma, segurando meu rosto.

-Tudo bem.- respirei fundo, vi um homem vestido de branco correr em nossa direção. Vi o tumulto ao seu redor, Rachel estava sendo colocada em uma maca, aquela sensação horrível em meu peito, corri empurrando as pessoas que tentavam me segurar, parei assim que vi os médicos tentando reanima-la ali, logo as portas foram fechadas, levando-a para o hospital.

-Rachel! Rachel!- gritei seu nome em plenos pulmões, enquanto via a ambulância se afastar rapidamente.

Sabe aquele vazio que você sente quando perde alguém que ama? Eu estava sentindo essa sensação desde a hora que Rachel apagou, parecia que ela já não estava comigo, era horrível sentir aquela sensação, eu não queria ficar sozinha, sem seus sorrisos, sua voz, seus beijos, seu cheiro, seu carinho, sem seu corpo, eu não queria perdê-la.

Fazia algumas horas que estava sentada no banco de espera, esperando por alguma notícia, via alguns enfermeiros e médicos correndo, aquilo era uma agonia.

-Ela está aí faz horas, não fala comigo, não comeu nada e nem tomou nada, nem se mexe direito.- ouvi Santana comentar seja lá para quem fosse.

-Quinnie?- virei rapidamente vendo minha mãe ao lado de Santana.

Levantei rapidamente correndo para os seus braços, ali eu me sentia segura, mesmo depois de tudo, eu só tinha ela.

-A culpa é toda minha mãe!- disse baixo sem forças para chorar mais.

-Se acalme querida... Não diga isso.- ela pediu segurando meu rosto.

-Mas é...É verdade... Eu contei a verdade... E... E ela saiu de casa... E atravessou a merda daquela rua, e o sinal estava fechado... Eu sempre segurava sua mão para atravessar... Ela tinha essa mania de achar que dava tempo de passar com o sinal vermelho... A culpa é toda minha.-

-Não se culpe por isso... Você fez a coisa certa em contar a verdade.- assenti, fungando.

-Eu estava com saudade.- disse baixo olhando para o chão.

-Eu também meu bebê.-

-Alguma notícia Quinn?- ouvi Santana perguntar.

-Nada... Só esses imbecis correndo pra la e pra cá, e isso esta me agoniando!- exclamei brava.

Vi Santana ir em direção a um enfermeiro que corria pelos corredores, pegando-o pelo colarinho e insultando-o com todos os palavrões que sabia em espanhol, logo depois o soltou, e voltou como se nada tivesse acontecido.

-Já já teremos notícias.- ela disse se sentando em um banco.

Me sentei ao seu lado,
deitando a cabeça em seu ombro,
seu braço me puxou para mais perto,
voltei a chorar baixinho,
sentindo seu carinho em meus cabelos,
sussurra que tudo iria ficar bem,
mas eu nem acreditava mais nisso,
algo dentro de mim dizia que eu havia perdido-a,
e eu nunca me perdoaria por isso,
bastava rezar e aguardar as notícias.

-Quinn?- ouvi Santana chamar. Havia cochilado,
por conta de todo o choro e a dor de cabeça.

-Que?- perguntei sonolenta.

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