Destiny

First Kiss!

P.O.V Quinn

Aquela pergunta caiu como uma bomba sobre mim, era um assunto delicado, eu realmente não me sentia a vontade. Não me considerava gay, eu só era apaixonada por Rachel, eu nunca havia me relacionado com outra mulher, com exceção de Santana, eu só tinha Rachel em minha mente, desde que a vi pela primeira vez.

-Eu... não quero falar sobre isso Rach, me deixe ir.- disse saindo do quarto, enquanto ela continuava me chamando.

Entrei em meu quarto, respirei fundo, antes de deixar que as lágrimas lavassem meu rosto novamente, deitei de costas para porta, me afundando embaixo dos edredões. Me deixei relembrar o primeiro dia que vi Rachel, sempre fui apaixonada por ela, até mesmo antes de conhecê-la, talvez fosse o meu destino.
Senti o colchão afundar, rezei para não ser ela, talvez Santana estivesse voltado, desistido de dormir fora, parando de pensar assim que senti aqueles braços envolverem minha cintura, fechei os olhos com força, tentando não voltar a chorar.

-Desculpe pela pergunta...- ouvi sua voz rouca, aquela voz que eu tanto amava.

-Sai daqui por favor... eu preciso ficar sozinha.- pedi com a voz embargada.

-Hoje é sexta, dormimos junto na sexta.- me deixei sorrir, ela não existia.

-Não acho que eu seja gay.- comecei, me virando para fita-la.

-Continue... - ela pediu levando uma mão até meu rosto limpando uma lágrima que insistia em cair.

-Eu... sou apaixonada por uma garota só, nunca tive a chance de beija-la, talvez seja o medo que sinto por ser tão recente... para mim não é tão recente, mas ela nunca intenderia.- eu me sentia tão leve agora. Rachel tinha um leve sorriso nos lábios, fazia um leve carinho em meu rosto.

-Se você tivesse essa chance de beija-la, você beijaria?- ela perguntou.

-Meu medo fala mais alto, sempre.- disse triste.

-Hn... não deve ter medo, talvez ela sinta algo por você, mas está esperando por uma iniciativa sua.- Rachel falava como se soubesse de quem eu estava falando.
Nisso ela tinha razão, eu nunca teria para mim se continuasse com esse medo da rejeição, deveria parar de pensar e agir com o coração, e nesse momento meu coração gritava para beija-la.

E foi isso que fiz, levei minha mão até seu rosto, segurando seu queixo com delicadeza, antes de finalmente colocar meus lábios sobre os dela.
Um choque, foi isso que senti, um grande choque passando por todo o meu corpo ao sentir seus lábios, uma vontade imensa de chorar, meu coração batia com força, como batia sempre que ficava perto dela... Céus, eu estava no paraíso, mesmo com um simples encostar de lábios, eu pude me sentir nas nuvens. E para minha surpresa Rachel entreabriu seus lábios me dando passagem para explorar sua boca, deslizei minha língua para dentro de sua boca com a maior calma do mundo, eu queria registrar todas as sensações possíveis, guardar na memória o sabor doce dos seus lábios, a textura deles, se eu estava nas nuvens antes, agora não sabia onde eu estava. As mãos dela se mantinham firmes em minha cintura, colando nossos corpos, era mais do que eu sonhava. Entrelacei meus dedos em seus cabelos, o que rendeu um pequeno grunhido, fazendo-a apertar minha cintura mais forte.

Eu não queria mais parar de beija-la, mas como todo ser humano precisa de oxigênio, tive que me separar dela, alguns pequenos beijos antes de finalmente terminar aquele beijo, de todas as maneiras que sonhei e imaginei como seria nosso beijo, nenhuma chegou aos pés do que realmente foi.

Acordei sentindo um cheiro delicioso de café, levantei rapidamente, olhei para o lado, vendo que estava bagunçado, então tive a certeza que não tinha sido um sonho, encostei a ponta dos dedos sobre meus lábios, fechando os olhos para sentir de novo a boca de Rachel sobre a minha. Fui até o banheiro, fiz minha higiene com calma, respirei fundo e segui para a sala.
E lá estava ela na cozinha cantando enquanto preparava o café, pelo jeito não fui a única a acordar alegre, me sentei na bancada, sentindo o cheiro maravilhoso das suas panquecas.